Por que 1 de Maio?
Houve um tempo em que a classe trabalhadora não tinha direitos elementares, como jornada fixa de trabalho, emprego fixo, horário de almoço e tantos outros. Mulheres e crianças eram incorporadas ao trabalho fabril como mão de obra mais barata, em jornadas de trabalho infindáveis.
Em 1886, na cidade de Chicago (EUA), os trabalhadores se levantaram numa grande greve geral pela jornada diária de trabalho de 8 horas. O movimento foi violentamente reprimido pelos patrões e a polícia. Em 1 de Maio cem trabalhadores foram mortos, e cerca de mil saíram feridos e cinco dos líderes do movimento foram condenados à forca.
A partir dali, durante toda a primeira metade do século XX inúmeras lutas e greves arrancaram as leis trabalhistas em todo o mundo.
As lutas dos trabalhadores no Brasil
No Brasil o movimento dos trabalhadores também produziu fatos marcantes, na luta pela conquista de direitos básicos. Houve duas grandes greves gerais em São Paulo (1917) e Rio (1919), principais regiões fabris do país, sempre marcadas pela luta por uma jornada fixa de trabalho de 8 horas.
Foi também por iniciativa dos trabalhadores que se criaram as caixas beneficentes, que prestavam solidariedade aos acidentados e os que não podiam mais trabalhar, já que não existia previdência social.
Em 1 de maio de 1943, depois de muitas lutas, greves e pressão em todo o país, Getúlio Vargas anunciou a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que assegurava uma série de direitos aos trabalhadores brasileiros. Mas a luta dos trabalhadores se manteve, pela garantia e ampliação dos seus direitos.
Os servidores públicos também são trabalhadores
Até 1988 os servidores públicos brasileiros viviam sob diversos regimes de trabalho. Naquele ano, com a promulgação da nova Constituição Brasileira, os servidores públicos passaram a trabalhar sob o Regime Jurídico Único (RJU), que lhes assegura uma série de direitos.
Entre os diretos consagrados pela Constituição estavam a contratação exclusiva por concurso público, receber aposentadoria com o valor integral de seu último salário e gozar de estabilidade no emprego. A estabilidade impede que o servidor seja demitido sempre que um novo governante é eleito, protegendo os servidores de represálias em casos que afetem interesses e garantir que a máquina do Estado funcione de maneira permanente.
A Constituição de 1988 foi o coroamento da luta do povo brasileiro pelo fim da ditadura militar, que durou 21 anos e impôs um regime de exceção. Infelizmente, do governo Collor para cá, o que se viu foram ataques ao funcionalismo, com a imposição de reformas constitucionais e a retirada de uma série de direitos.
Ao contrário do que dizem os governantes, os servidores públicos não são o mau exemplo a ser combatido, mas o bom exemplo a ser seguido pela classe trabalhadora. Nada do que conquistamos caiu do céu, mas foi fruto também de muitas lutas e greves em todo o país.
A importância do 1 de Maio de 2018
No momento em que enfrentamos um governo ilegítimo, fruto de um golpe urdido pelo grande empresariado e parlamentares, e referendado pela cúpula do Judiciário, as comemorações do 1 de Maio assumem papel importante.
O governo Temer congelou por 20 anos os investimentos nos serviços públicos (EC 95), liberou a terceirização em todos os setores, aprovou uma reforma trabalhista que impõe modelos de trabalho sem qualquer regulamentação e benefícios (Home-office, trabalho intermitente) e ainda pretende congelar salários até 2019, além de um salário inicial rebaixado para o funcionalismo.
No IBGE não temos reajuste salarial e a reestruturação de nosso plano de carreiras caminha a passos lentos. Estamos sem pessoal para dar conta do trabalho e o governo e a Direção insistem em contratar trabalhadores temporários, impondo a precarização, quando deveriam repor a mão de obra efetiva da instituição, garantindo o acúmulo de conhecimento, a manutenção da história institucional e a qualidade do trabalho.
Participe das manifestações do 1 de Maio
É neste panorama de corte de direitos, promessa de mais privatizações, repressão às greves e restrição às liberdades democráticas que o Brasil atravessa o ano de 2018. Ao contrário do fantasma de retorno a um regime autoritário, os trabalhadores devem reafirmar seu compromisso com a democracia, pelo fim dos privilégios de uma minoria de ricaços e por melhores condições de vida para todo o povo brasileiro.
A ASSIBGE – Sindicato Nacional convoca todos os(as) ibgeanos(as) a participarem das manifestações do 1 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador. Informe-se sobre as atividades na sua cidade, convide os colegas de sua unidade ou agência, compareça. Sua presença é fundamental para fortalecer a nossa luta.
Executiva Nacional
ASSIBGE – Sindicato Nacional
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