O próximo dia 8 marcará a luta das mulheres por direitos. Mesmo com os avanços obtidos, não é fácil ser mulher no país, precisamos continuar lutando. Que os vestígios patriarcais caiam por terra e que tenhamos cada vez mais mulheres reconhecidas e valorizadas. Mais do que comemorar a data queremos agarrar nossos direitos para que não sejam retirados.
A pandemia intensificou a desigualdade de gênero, mulheres que já eram excluídas de diversos ambientes tiveram a exclusão intensificada. O estudo “Sem Parar – O trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Gênero e Número e da Sempreviva Organização Feminista ( maio de 2020), apontou que 50% das mulheres passaram a se responsabilizar pelo cuidado de alguém na pandemia. Entre as que cuidam de crianças, 72% afirmaram que aumentou a necessidade de monitoramento dentro do domicílio. As mulheres negras são as maiores vítimas, de cada 100 mulheres negras no Brasil, pelo menos 20 estavam à procura de um emprego. Entre as mulheres não negras, o patamar é de 13 brasileiras desempregadas para cada 100. Essas informações são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o ano de 2021.
Que alcancemos no país a democracia de gênero. Que tenhamos assegurados direitos e garantias individuais e coletivas. Que seja assegurada, a cada mulher, o direito de viver liberta. Portanto dia 8, é dia de luta. Parabéns para nossa companheiras e que consigamos, juntos, construir um mundo melhor para todas as mulheres.
O machismo e a misoginia ficaram escancarados inclusive, no ambiente político
O deputado estadual Arthur do Val (Podemos), que esteve de passagem pelo Leste Europeu em plena guerra contra a Ucrânia, enviou áudios no grupo do Movimento Brasil Livre fazendo comentários machistas sobre as mulheres do país. Não podemos mais aceitar, reiteramos na data o pedido pela cassação do mandato do deputado.
Passados 90 anos da conquista do direito ao voto feminino no país, as mulheres representam 51,8% da população segundo dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad contínua), sendo elas 52,5% do total de eleitores brasileiros, mas a eleição de representantes para cargos públicos é baixa. Na disputa de 2020, 17% dos municípios não elegeram vereadoras. Em outros 21%, apenas uma se elegeu. Nas câmaras municipais, elas somam apenas 16% dos assentos. O percentual se repete no Congresso Nacional, onde tem crescido lentamente ao longo das últimas décadas.
Por mais mulheres na política e em todos os lugares!
Estatísticas de gênero – IBGE
De acordo com a segunda edição do estudo do IBGE, Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, até 2019 mulheres possuíam maior estudo e menores salários,elas recebiam 77,7% do salário dos homens. A diferença é ainda mais se olharmos os cargos de maior rendimento, como diretores e gerentes. Nesse quesito, as mulheres ganharam apenas 61,9% diante deles.
Também no levantamento do IBGE ficou constatado que as mulheres dedicam-se aos afazeres domésticos, 21,4 horas por semana , enquanto os homens dedicam apenas 11 horas do tempo para as tarefas do lar. Na pesquisa os resultados refletem uma análise de 2019, ou seja, a situação é ainda pior, a pandemia escancarou a sobrecarga que a mulher sofre quando falamos de afazeres do lar e cuidados.
Leia o documento completo do IBGE —> Estatísticas de Gênero: ocupação das mulheres é menor em lares com crianças de até três anos
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Seguimos nossa luta, em defesa da vida, contra a fome, a carestia, a violência, o desemprego, pela saúde, por direitos sexuais, direitos reprodutivos, em defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade. Dia 8 é dia de luta!
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