Alguns atribuem o 8 de Março a uma lembrança do massacre de Chicago (EUA), quando trabalhadoras de uma fábrica têxtil teriam morrido por incêndio criminoso, a mando de seus patrões, em função de uma greve por suas reivindicações. Outros afirmam que o 8 de Março é uma data que foi marcada por um congresso de trabalhadores europeus, por sugestão de dirigentes socialistas, em apoio às lutas das mulheres por seus direitos.
Seja como for, o 8 de Março é comemorado em todo o Mundo com eventos festivos e manifestações de rua, nos quais as mulheres lembram que ainda sofrem discriminações e exigem igualdade de direitos com os homens.
No Brasil temos inúmeras mulheres que serviram de exemplo de bravura e de luta em nossa História. Dandara, Anita Garibaldi, Bertha Lutz, Chiquinha Gonzaga, Maria Quitéria, Ana Neri, Nisia Floresta, Maria Amélia de Queiroz, Leolinda Daltro, Patrícia Galvão (Pagu), Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Maria Lacerda de Moura, Olga Benário, Rachel de Queiroz, Clementina de Jesus, Zilda Arns, Leila Diniz, Margarida Maria Alves, Maria da Penha, são algumas delas. Nacionalistas, artistas, abolicionistas e sufragistas, todas elas e muitas outras dedicaram suas vidas às causas feministas e populares.
Apesar de constituírem a maioria da população do nosso país, de terem maior escolaridade média, de arcarem com diversas atribuições na administração da casa e na educação dos filhos, as mulheres continuam não recebendo o apoio necessário de seus maridos para dividir as tarefas caseiras, e o pior, na maioria das empresas ocupando posições subalternas e recebendo salários menores que os homens nas mesmas funções profissionais.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (3° trimestre de 2015) indicam que as mulheres ganham, em média, 76% da renda dos homens. Além disso, segundo dados da Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, de Janeiro a Outubro de 2015, 85,85% dos registros de violência contra a mulher (de um total de 63.090 denúncias) são de violência doméstica e familiar. Isso corrobora o retrato já indicado pela Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, de 2013, que, além de captar situações de violência em mais de 2,4 milhões de mulheres, mostrou a prevalência de cônjuges e familiares entre seus principais agressores (64,4%).
No IBGE – assim como no cargo máximo da República – temos uma presidente, mas as diferenças e discriminações ainda são visíveis, sobretudo o assédio moral e sexual, ainda que muitas vezes velado. E são ainda mais acentuadas sobre trabalhadoras temporárias e terceirizadas, responsáveis pelas tarefas mais árduas e mal remuneradas.
É justamente para chamar a atenção de homens e mulheres que a ASSIBGE-SN lembra o Dia Internacional da Mulher como uma data que deve servir para a reflexão de todos. Não há sociedade que progrida enquanto houver discriminação.
Além de lembrar o 8 de Março, a ASSIBGE-SN também promove atividades comemorativas, para lembrar que a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres continua. Por isso, convocamos todas as ibegeanas e ibegeanos a participar dos eventos promovidos pelos núcleos sindicais da ASSIBGE-SN.
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