O dia da mulher nasceu da luta
As mulheres se organizaram, historicamente, por condições dignas de trabalho, por “pão e paz”, pelo direito ao voto e por direitos políticos, por garantias à maternidade, por autonomia de seu corpo. Lutaram aos milhares, de forma massiva e organizada, no mundo todo, no século XIX, no século XX, no século XXI. Desta luta nasceu o “8 de março”, como mais uma reivindicação dessas lutadoras. Uma herança e uma perspectiva de futuro.
A luta da mulher conquista
Na luta, as mulheres conseguiram o reconhecimento de seus direitos trabalhistas, acesso ao trabalho e possibilidade de independência financeira, direito de voto, direito à licença maternidade, acesso aos espaços políticos, às escolas e universidades, liberdades sexuais, leis de combate ao feminicídio e à violência contra a mulher. No entanto, nossa sociedade patriarcal e machista em sua essência apresenta reação e retrocesso às conquistas da autonomia feminina.
A luta ainda se faz necessária
As mulheres do Brasil ainda sofrem com a desigualdade salarial. Os dados da PNAD Contínua mostram que em 2018 as mulheres ganhavam em média 79,5% do rendimento médio dos homens). Em 2019 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já registrou 126 casos de feminicídio no Brasil, somente até fevereiro. Um levantamento do Datafolha mostrou que, nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativas de estrangulamento no Brasil, e mais 22 milhões passaram por algum tipo de assédio. Além disto, a mulher ainda vê seus direitos ameaçados, como a idade para aposentadoria, que hoje ainda leva em consideração a jornada dupla ou tripla extenuante das mulheres, em casa e no trabalho.
As mulheres em luta sofrem ameaças
Neste 8 de Março, faz-se necessário honrar a memória de Marielle Franco. Quando uma vereadora mulher, lésbica, negra, da periferia, eleita com a quinta maior votação da cidade do Rio de Janeiro – com um mandato ativo e propositivo – é assassinada a tiros, voltando de um evento sobre mulheres, isso se torna um sintoma social da mais alta gravidade, dos tempos sombrios em que nos encontramos. Mas, ao contrário do que imaginam seus algozes, a luta de Marielle inspira e sua memória ressoa como um ato de resistência, que ecoa até no Carnaval. Não nos calarão!
As mulheres ibgeanas também vão à luta
A desigualdade de gênero também está presente nos serviços públicos e no IBGE. Somos apenas 27% da força de trabalho efetiva em atividade e ainda somos vítimas de preconceitos e assédios em nossos locais de trabalho, apesar de exercermos as mesmas funções dos nossos colegas. Ainda assim, cresce a participação feminina na resistência e nas lutas dos trabalhadores do IBGE. A ASSIBGE-SN tem dado exemplo da participação feminina: na atual Executiva Nacional, cinco dos nove membros efetivos são mulheres.
Por tudo isso, a ASSIBGE- Sindicato Nacional, homenageia nossas mulheres e as convoca a seguir buscando a vida digna e plena que merecem.
Participe das atividades e manifestações deste 8 de março.
Lute como uma mulher!
8 de março de 2019
Executiva Nacional
ASSIBGE – Sindicato Nacional
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