A cerimônia de abertura do Infoplan (antigo Confege/Confest) foi marcada por forte conotação política e de defesa das medidas do governo, fugindo à sobriedade que sempre caracterizou as atividades oficiais do IBGE. A Direção do órgão ofereceu cinco medalhas de honra ao mérito como forma de homenagear personalidades, a primeira delas ao Presidente Temer, que não compareceu ao evento, mas enviou uma mensagem gravada de congratulações aos presentes.
Além do Presidente foram agraciados com medalhas o ministro do Planejamento, Diogo Oliveira, o governador do Amapá, Waldez Góes, o Presidente da Fundação Getúlio Vargas, Carlos Ivan, e o deputado Carlos Melles (DEM/MG), que preside a Frente Parlamentar da Geografia, Estatística e Meio Agroambiental (GEMA) no Congresso Nacional.
Em seu discurso, o Presidente Paulo Rabello de Castro pediu uma salva de palmas para o IBGE por sua produtividade, ao comentar que “hoje produzimos o dobro com 30% menos de pessoal do que fazíamos há dez anos”. Rabello disse que o problema do país não é externo, mas a sua dificuldade de planejamento, o que coloca o IBGE no centro da luta para organizar a informação que ajuda a planejar.
Rabello de Castro anunciou um planejamento estratégico do IBGE para os próximos dez anos (2017/2027), com base em cinco “S”: Segurança, seguridade social, sustentabilidade, saneamento básico e saúde. Entre as quatro grandes dimensões do planejamento, Castro destacou a necessidade do IBGE calcular o valor social e econômico de sua produção.
O ministro do Planejamento, Diogo Henrique de Oliveira, reconheceu o momento difícil que o país atravessa, mas afirmou que as reformas apontadas pelo governo Temer vêm no sentido de disciplinar a transparência fiscal no Brasil.
O ministro foi claro quando citou as reformas: PEC 55 (limita os gastos públicos), reforma da Previdência, desregulamentação do setor de Petróleo, regulamentação da governança das empresas estatais, privatização das empresas deficitárias e amplo programa de parcerias público-privadas na área de infraestrutura.
Já o deputado Carlos Melles elogiou as iniciativas de Paulo Rabello de Castro, com o qual atua faz trinta anos, cumprimentando Michel Temer por tê-lo escolhido para dirigir o IBGE. Em seu discurso, Melles afirmou que ”Temer formou uma equipe de governo que se equivale a que Fernando Henrique montou: séria e sem envolvimento em negociatas”.
Apesar de todos os oradores destacarem a importância dos servidores do IBGE no esforço de retratar o Brasil, nenhum deles, nem mesmo Presidente do IBGE, citou questões fundamentais para os servidores, como a restruturação do Plano de Carreira, novos concursos públicos para suprir a carência de pessoal, ou qualquer referência à melhoria de condições de trabalho e remuneração dos temporários.
A nota negativa da cerimônia de abertura foi o papel apagado reservado aos membros do Conselho Diretor do IBGE, cujos nomes sequer foram citados, não foram lembrados nem para entregar medalhas aos homenageados e só foram chamados ao palco no final, apenas para um registro fotográfico. Confira algumas imagens em anexos.
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