Numa manipulação grotesca o programa de campanha do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, estampa em suas páginas uma imagem atribuída ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que não corresponde à realidade. O mapa publicado é do Ipea e consta do trabalho “Atlas da violência 2018”, referindo-se à incidência de homicídios nos estados brasileiros.
Além de usar o nome do IBGE de forma indevida, o candidato inclui no mapa original ilustrações que atribuem a maior incidência de violência e homicídios aos estados governados por partidos ligados ao Foro de São Paulo (conferência de partidos políticos de esquerda e movimentos sociais da América Latina, criado em 1990).
Cabe ressaltar que o mesmo estudo indica que o aumento da violência entre 2006 e 2016 ocorre em todas as regiões do país.
No entanto, de acordo com o próprio Atlas da Violência de 2018, retratado pelo Ipea a partir dos dados de 2016, nenhum dos estados destacados na imagem estampada pela campanha de Jair Bolsonaro consta como os de maior incidência de homicídios no Brasil, como atesta o mapa do próprio Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Cabe observar que os estados com maiores índices de homicídios no país, de acordo com o mesmo estudo, são: Sergipe (64,7 por 100 mil habitantes); Alagoas (54,2 por 100 mil habitantes); Rio G. do Norte (53,4 por 100 mil habitantes); Pará (50,8 por 100 mil habitantes) e Amapá (48,7 por 100 mil habitantes). Estes estados, como os demais da Federação, foram e são administrados por governadores das mais diversas identidades ideológicas e filiações partidárias.
A ASSIBGE – Sindicato Nacional lamenta e denuncia a atitude irresponsável dos autores da manipulação grotesca, ainda mais quando atribuem os dados e o mapa publicado ao IBGE. Da mesma forma, a ASSIBGE-SN cobra da Direção do IBGE que venha a público exigir uma retratação do uso indevido do nome de uma instituição de reconhecimento internacional, com a finalidade de iludir a opinião pública e direcioná-la para uma compreensão distorcida da realidade brasileira.
ASSIBGE – Sindicato Nacional
23 de agosto de 2018
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