Ao Jornal Valor Econômico –
Em entrevista concedida ao Jornal Valor Econômico e publicada em 27/10/2016, Paulo Rabello de Castro afirma que não encontrou resistência em sua indicação para a Presidência do IBGE, inclusive por parte da ASSIBGE – Sindicato Nacional.
A este respeito, a ASSIBGE-SN esclarece que tornou pública sua posição contrária à posse de Rabello de Castro, não apenas por se tratar de um nome do mercado, mas também por caracterizar conflito de interesse (o que é passível de punição legal), visto que Rabello não se licenciou de suas empresas. Além disso, pela forma como esta nomeação ocorreu: do dia para a noite, sequer através de um comunicado prévio à direção do IBGE e sem qualquer consulta ao corpo técnico.
Isso não significa que abriremos mão de manter a interlocução com a direção do IBGE, função que compete ao Sindicato em defesa dos interesses da categoria e do IBGE.
Não só a ASSIBGE-SN se manifestou publicamente contra esta indicação, como também associações de economistas e geógrafos – através de manifestos e abaixo-assinados – justamente por temerem que a nomeação de um nome do mercado significasse uma mudança de rumo dos objetivos que justificam a existência do IBGE, que o levaram a se consolidar como o maior banco público de dados da América Latina e um órgão de reconhecimento internacional.
No que diz respeito à entrevista propriamente dita, a ASSIBGE-SN vê com extrema preocupação uma série de pontos abordados por Rabello de Castro, que jamais foram apresentados ao Sindicato ou explicitados ao corpo técnico do IBGE, entre eles:
. Defesa da PEC 241, que representa o congelamento de recursos para os órgãos públicos, com orçamento já reduzido, inclusive o IBGE, como reconhece o próprio Rabello de Castro;
. Captação de recursos com a venda de pesquisas e serviços, no que ele definiu como “pesque e pague”, via ampliação do questionário dos entrevistadores do IBGE;
. Reafirmação da política do fazer mais com menos, definindo o IBGE como um órgão que está preparado para o futuro, “igual a uma empresa privada”;
. Definição do atraso da POF como “elastificação” de prazo, quando isso se dá exclusivamente por falta de orçamento;
. Incerteza quanto ao Censo Agropecuário em 2017, quando na única reunião que teve com o Sindicato o Presidente assegurou a sua realização.
Desde já, agradecemos a atenção e nos colocamos à disposição deste veículo de comunicação para mais esclarecimentos.
Executiva Nacional da ASSIBGE-SN
Rio, 27 de outubro de 2016.
mario diz
QUERO VER O SOM DOS PANELAÇOS NOS PRÓXIMOS 20 ANOS.