Ofício – ASN/EN/032/19. Rio de Janeiro, 24 de maio de 2019.
Aos Chefes das Unidades Estaduais do IBGE
Prezado(a) Chefe,
A Executiva Nacional da ASSIBGE-SN vem, por meio deste ofício, repudiar, veementemente, ilações que surgiram após a Audiência Pública realizada na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados, no último dia 21/05/2019. Essas ilações – dirigidas aos senhores após a Audiência – insinuam que o propósito do Sindicato é insistir no projeto técnico levado a cabo até o momento, visando inviabilizar a realização do Censo Demográfico em 2020.
Para quem teve a oportunidade de assistir o vídeo da Audiência, disponível em http://w3.tvibge.ibge.gov.br/, fica patente que o objetivo do corpo técnico da Instituição é garantir a realização de um Censo que prime pela qualidade e excelência técnica. Na oportunidade procuramos debater com a Direção do IBGE as seguintes questões: indefinição do orçamento; falta de recursos humanos; cortes nos questionários sem justificativas plausíveis; impossibilidade de uso de registros de administrativos para substituir temas que possam, eventualmente, ser excluídos do questionário; carência de pessoal na rede de coleta para fazer frente a uma possível ampliação da PNAD C, também objetivando complementar lacunas temáticas; cronograma atrasado; mudanças no projeto tecnológico, sobretudo na priorização da coleta pela internet, ao arrepio dos resultados dos testes realizados, dentre outros aspectos.
O que o corpo técnico do IBGE vem buscando é assegurar a autonomia técnica da Instituição, é reivindicar condições mínimas de recursos financeiros e humanos para que nossa rede de coleta possa realizar seu trabalho de forma eficaz, é lutar por um o cronograma que assegure prazos factíveis para a realização das várias etapas que envolvem a operação censitária. É preciso reconhecer que o cronograma de realização do Censo 2020 está para lá de impactado, dado que já sofremos com adiamentos de testes, das provas pilotos e, agora, com a definição do questionário que se arrasta por dois meses e afetou outras atividades, como desenvolvimento dos aplicativos de coleta, elaboração de manuais, a quase inviabilização da Pesquisa de Avaliação e o adiamento do Censo Experimental. Isto tudo pode ser comprovado em http://w3.coc.ibge.gov.br/SitePages/Cronogramas.aspx.
Reportamos experiências fracassadas de outros países, que cometeram os mesmos erros que agora estamos cometendo, como por exemplo: falta de recursos humanos e financeiros, mudanças de última hora no projeto técnico e baixa remuneração de recenseadores e supervisores. Lembramos que os governos passam, mas a responsabilidade pelo trabalho do IBGE é de seus quadros de carreira, sobretudo suas chefias.
Enfim, conclamamos aos senhores chefes de Unidades Estaduais a assistir ao vídeo da Audiência Pública e tirar suas próprias conclusões.
O que queremos é um CENSO SEM CORTES, de qualidade e que retrate a diversidade do país!
Atenciosamente,
Executiva Nacional da ASSIBGE – Sindicato Nacional
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.