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Atendendo à convocação da Executiva Nacional, Coordenadores dos Núcleos Estaduais da ASSIBGE-SN se reuniram virtualmente na noite de ontem, quinta-feira (23/01) para discutir os temas: conjuntura interna do IBGE; ações antissindicais realizadas pela direção do IBGE; e mobilização dos trabalhadores no enfrentamento à atual crise instalada no órgão. Estiveram presentes mais de 50 coordenadores de praticamente todos os Estados do Brasil que definiram um conjunto de ações a serem realizadas pela entidade sindical nos próximos meses, cujo objetivo é enfrentar a escalada autoritária da Direção do IBGE. O encontro também debateu a expectativa de votação da LOA 2025 e o pagamento dos reajustes salariais.
Os coordenadores estaduais destacaram a gravidade da crise instalada entre Direção do IBGE e sindicato, após a criação da Fundação pública de apoio privado IBGE+. Foi pontuado que a estratégia da direção do IBGE consiste, até o momento, em atingir o sindicato de diversas formas, através da criminalização de greves, utilização da comunicação institucional para atacar o Sindicato, ameaça de cobrança de aluguéis retroativas por espaços cedidos pelo IBGE ao Sindicato e, mais recentemente, notificação solicitando a mudança de nome do Sindicato.
Há uma preocupação crescente entre os trabalhadores com os efeitos dessa crise instalada na Instituição, na busca de diálogo e democratização dos processos decisórios. Quanto à coleta/divulgação de dados, os trabalhadores garantem a manutenção da qualidade e da seriedade que sempre caracterizou os processos de trabalho e o reconhecimento técnico do IBGE.
Em um cenário nacional de acirrada disputa política, marcada por tentativas de desgaste do Governo Federal, aspectos da crise no IBGE têm sido aproveitados por setores da extrema direita para desgastar a imagem do órgão e a credibilidade das estatísticas públicas. O entendimento dos coordenadores estaduais é de que as ações antissindicais e autoritárias da atual gestão não têm potencial para afetar a produção de informações geográficas e estatísticas, uma vez que os dados do IBGE são produzidos e protegidos por um sólido corpo técnico comprometido com os objetivos da casa. No entanto, a exposição negativa do nome do IBGE nos noticiários já causam efeitos na coleta de dados, dificultando o trabalho de campo.
Os representantes dos núcleos entenderam como fundamental o início de mobilizações presenciais nos locais de trabalho, mesmo que o período de janeiro e fevereiro seja marcado pelo esvaziamento das unidades do IBGE devido às férias de grande parte da categoria. Dando início ao calendário de lutas que deve durar os próximos meses, está marcado um ato para a próxima quarta-feira (29/01) às 10:00, na frente da sede do IBGE (Av. Franklin Roosevelt, 166, RJ). O ato tem como mote a campanha “Democratização sim! Fundação não!” cujo objetivo é enfrentar o projeto privatizante da Fundação de apoio, e, ao mesmo tempo, evidenciar a luta histórica da categoria pela democratização do órgão, que se faz tão necessária frente às ações autoritárias da direção. As manifestações do dia 29/01 no Rio de Janeiro serão acompanhadas por assembleias, atos e panfletagens nos outros estados. A campanha, que iniciará em 29/01, seguirá ao longo dos meses contando com amplo conjunto de materiais (jornais, faixas, cartazes, adesivos, panfletos, quadrinhos etc); diálogo em veículos de imprensa; ações no parlamento e interlocução com ministérios e governo. O material de apoio da campanha encontra-se no site da ASSIBGE, na aba fundação ibge+.
Foi destacada a importância de ações espontâneas dos trabalhadores do órgão, a exemplo da Carta Aberta dos Trabalhadores do IBGE, que denuncia as ações despóticas e midiáticas da Direção do IBGE, além de fazer uma defesa ao Sindicato. A carta também se solidariza com o posicionamento dos diretores da DPE que pediram exoneração na última semana. Nos primeiros dias de circulação, a carta já contava com centenas de assinaturas. A coleta de assinaturas continua e sua adesão tem encontrado grande engajamento entre trabalhadores.
Sobre o pagamento dos reajustes de 2025, há expectativa da LOA ser votada no início do mês de fevereiro, após o fim do recesso parlamentar. Caso a LOA seja votada pelo parlamento e sancionada pelo Executivo antes do fechamento da folha de março, há possibilidade do pagamento do reajuste entrar na conta dos servidores ainda no mês de março. Porém, independente do mês que sejam pagos os novos valores, eles serão retroativos a janeiro de 2025.
Por fim, foi debatida a possibilidade de convocação de um Congresso ou de uma reunião de Direção Nacional presencial extraordinária para uma avaliação mais profunda sobre a crise no IBGE e deliberação de ações mais arrojadas, que dependem de um fórum institucional para serem deliberadas.
A ASSIBGE-SN enfrentará de forma firme e corajosa os ataques que tem sofrido da atual Direção do IBGE, sempre mantendo o debate no campo ético e preservando a credibilidade do IBGE. Cresce a solidariedade de outros sindicatos de servidores públicos que começam a se preocupar com as ações da atual Direção do IBGE. A ASSIBGE-SN conta com um amplo apoio dos trabalhadores do órgão, lastreado em quase 40 anos de luta na defesa dos direitos dos trabalhadores e da instituição. Direções passam, os trabalhadores e sua representação sindical ficam!
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