
Hoje, 29 de maio, o IBGE completa 89 anos. Mas, infelizmente, não há clima para comemoração
O órgão chega a essa data no bojo de uma longa crise institucional profunda e sem precedentes, iniciada pela criação as escondidas e ilegal da fundação de direito privado “IBGE+” e agravada por diversas medidas autoritárias e antissindicais do atual presidente do órgão.
A crise parece longe de acabar. Na semana passada, os servidores ficaram surpresos com a saída repentina do diretor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (órgão que integra o IBGE). Isolado internamente, o presidente do órgão decidiu preencher a vaga com mais uma pessoa de fora do quadro de servidores. Com isso, dos 7 membros do Conselho Diretor do IBGE, atualmente 4 são pessoas externas à casa: o presidente, o coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação da Informação, o diretor de Informática e Tecnologia da Informação e agora o diretor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas.
Essa situação de maioria de membros externos no Conselho Diretor do IBGE não tem precedentes na história recente do Instituto. É mais um sinal da postura autoritária que tem marcado toda a gestão atual.
De forma também inédita nos últimos anos, a direção do IBGE decidiu realizar a cerimônia comemorativa de aniversário na reserva ecológica do Roncador, no Distrito Federal. Embora a importância da reserva para o IBGE seja indiscutível, é de conhecimento público que essa escolha visou impedir manifestações e protestos por parte dos servidores.
Categoria aprova resolução de crítica à gestão
No décimo sexto Congresso da ASSIBGE, cerca de 200 trabalhadores do IBGE, eleitos em assembleias por todo o país, aprovaram por unanimidade uma resolução criticando a atual gestão:
”A ASSIBGE avalia negativamente a gestão Márcio Pochmann, marcada pelo avanço da privatização, precarização, atitudes autoritárias e antissindicais, além de assédio institucional e uso do IBGE para promoção pessoal.”
Essa posição unânime foi aprovada por delegados de 24 unidades da Federação e de todos os segmentos da categoria (temporários, servidores de nível médio e superior, aposentados e pensionistas).
Os delegados aprovaram ainda posicionamento contrário à criação da “IBGE+” ou qualquer outro tipo de fundação de apoio no IBGE, novamente por unanimidade.
Os trabalhadores do IBGE estão cientes de que mais um ano de luta virá, e não vão se furtar de defender o Instituto novamente.
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