Cerca de 80 pessoas compareceram ao primeiro debate da série “Que conjuntura é essa?”, realizado dia 30 de junho no Auditório da ASSIBGE-SN, no Rio. Na abertura do evento o representante da Executiva Nacional, Nelson Thomé, fez um breve relato da análise de conjuntura construída pelo Sindicato com o apoio do Instituto Cultiva. De acordo com esta análise, houve um golpe institucional-parlamentar, levando ao poder setores conservadores que há mais de dez anos estão afastados do governo, cujos planos são impopulares e jamais seriam aprovados nas urnas.
Entre as propostas do governo interino estão: a diminuição da carga tributária; revisão das despesas obrigatórias orçamentárias (inclusive na Saúde e Educação); desindexação do salário mínimo; uma reforma previdenciária e uma reforma trabalhista. A receita do governo Temer prevê ainda a combinação de altas taxas de juros e desvalorização da moeda nacional, como eixos da política macroeconômica.
Ao analisar as forças que compõem o governo Temer e a oposição, Nelson destacou que existem blocos distintos nos dois lados e que é preciso entender quais são esses setores e seus objetivos. O Bloco em torno do governo Temer é formado por um agrupamento empresarial, comandado pela FIESP; o agrupamento dos parlamentares do Baixo Clero e seus interesses imediatos (quase a metade dos ministros); o agrupamento do PSDB, que conta com ministros importantes e dá o tom da política econômica; e o agrupamento do PMDB, cujo núcleo está na mira dos maiores escândalos de corrupção.
Já o bloco de oposição ao governo Temer é formado também por quatro setores: um agrupamento de agenda lulista, formado por entidades tradicionais como a CUT, UNE e MST (que tem como eixo o retorno de Dilma), coordenado pela Frente Brasil Popular; um agrupamento de movimentos sociais pragmáticos com influência da Igreja e disposto a mobilizar o povo em torno de suas reivindicações; o agrupamento que propõe uma agenda e um método de enfrentamento, coordenado pela Frente Povo Sem Medo, cujo centro é o MTST; e o agrupamento dos chamados herdeiros de 2013, que reúne organizações de jovens não vinculados a nenhuma legenda, cuja atuação é mais radicalizada e centrada nas ocupações.
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