Desigualdade e sobrecarga foram intensificadas durante a pandemia para as mulheres. Prestem atenção, elas estão ficando desempregadas e/ou adoecidas mentalmente devido a pandemia, ou até já estavam, antes dela. Precisamos refletir como sociedade para evoluir.
Diversas pesquisas comprovam que foram as mulheres as mais atingidas pela pandemia, seja com a sobrecarga das tarefas do lar como com a perda dos seus postos de trabalho, em alguns casos, com um puxando o outro. Elas assumiram mais responsabilidades como cuidadoras como mostra a pesquisa realizada pela Sempreviva Organização Feminista (SOF) ao identificar que 50% das mulheres no país passaram a ser responsáveis pelo cuidado de um idoso ou de uma criança. Segundo a mesma pesquisa, 40% das mulheres afirmaram que a situação de isolamento social colocou a sustentação da casa em risco. Delas, 55% são mulheres negras, que no momento em que responderam à pesquisa tinham como dificuldades principais o pagamento de contas básicas ou do aluguel.
De acordo com a segunda edição do estudo do IBGE, Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, até 2019 mulheres possuíam maior estudo e menores salários,elas recebiam 77,7% do salário dos homens. A diferença é ainda mais se olharmos os cargos de maior rendimento, como diretores e gerentes. Nesse quesito, as mulheres ganharam apenas 61,9% diante deles.
Também no levantamento do IBGE ficou constatado que as mulheres dedicam-se aos afazeres domésticos, 21,4 horas por semana , enquanto os homens dedicam apenas 11 horas do tempo para as tarefas do lar. Na pesquisa os resultados refletem uma análise de 2019, ou seja, a situação é ainda pior, a pandemia escancarou a sobrecarga que a mulher sofre quando falamos de afazeres do lar e cuidados.
Mais do que comemorar o dia das mulheres, queremos agarrar os nossos direitos para que não sejam retirados e seguir lutando para que a que parece ser “utópica igualdade” seja possível. Ela é!
Leia o documento completo do IBGE —> Estatísticas de Gênero: ocupação das mulheres é menor em lares com crianças de até três anos
Pesquisa SOF: mulheresnapandemia.sof.org.br
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