É necessário ser antirracista
O mês da consciência negra não revela o racismo e as batalhas do povo negro no país, essas questões estão escancaradas, todos os dias.
Hoje, 20 de novembro, é o dia da consciência negra, data da morte de Zumbi dos Palmares, que faleceu em 1695. O líder do Quilombo dos Palmares é uma figura símbolo de luta e resistência das negras e dos negros escravizados no Brasil. O país foi um triste palco para mais de 300 anos de escravidão, está que foi abolida sem que houvesse nenhum tipo de reparação. A luta não findou na abolição!
Sem acesso à educação e vítimas da pobreza, o povo negro foi lançado à posição servil exploratória. As mulheres negras são oprimidas duplamente, vítimas do racismo e do machismo. O racismo é um problema de todas e todos, precisamos ser antirracistas o ano inteiro. A PNAD Contínua 2019 do IBGE, divulgado no último dia 12 de novembro, mostra em números que a população negra enfrenta os piores índices sociais no país.
A situação no mercado de trabalho, a renda e as condições de moradia são desiguais no país conforme a cor e raça dos brasileiros. São os pretos ou pardos que têm as maiores taxas de desocupação, estão mais presentes nas faixas de pobreza e extrema pobreza e moram com maior frequência em domicílios com algum tipo de inadequação.
Um dos principais indicadores do mercado de trabalho, a taxa de desocupação foi, em 2019, de 9,3%, para brancos, e 13,6% para pretos ou pardos. Entre as pessoas ocupadas, o percentual de pretos ou pardos em ocupações informais chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%.
O resultado reflete a maior participação dos pretos e pardos em trabalhos característicos da informalidade, como por exemplo atividades agropecuárias, que tinha 62,7% de ocupados pretos ou pardos, construção, com 65,2%, e serviços domésticos, 66,6%. A definição de informalidade utilizada na Síntese é a recomendada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e inclui cinco modalidades: empregado sem carteira, trabalhador doméstico sem carteira, conta própria não contribuinte, empregador não contribuinte e trabalhador familiar auxiliar.
A maior inserção de pretos ou pardos em atividades informais, como serviço doméstico sem carteira assinada, que em 2019 tinha rendimento médio mensal de apenas R$ 755, contribui para diminuir a renda média desse grupo populacional. A população branca ganhava em média 73,4% mais do que a preta ou parda. Em valores, significava uma renda mensal de trabalho de R$ 2.884 frente a R$ 1.663, em 2019.
A luta é diária é para não “normalizar” todas essas diferenças, precisamos combatê-las. Necessitamos de políticas públicas que reparem essas diferenças e não as acentue. Não à Reforma Administrativa! Revoga a Emenda 95!
Dados da PNAD Contínua 2019 – com informações: agência de notícia do IBGE
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