Desde o começo do atual governo, a ASSIBGE já participou de reuniões com algumas autoridades do Ministério do Planejamento, contudo, pleiteava ser recebida diretamente pela titular da pasta a qual o IBGE está vinculado. No dia 5 de março, a ministra recebeu a ASSIBGE, na sede do Ministério do Planejamento, para uma reunião curta, diante das limitações de sua agenda, representando mesmo assim uma abertura histórica ao diálogo.
Os representantes dos trabalhadores fizeram uma apresentação breve, passando pelos pontos mais urgentes: a necessidade de mais orçamento para o IBGE; mais vagas de concurso público; reajuste dos temporários, para que alcance o valor inicial da carreira de técnico e; reestruturação de carreira, contemplando a integralização dos 100 pontos da GDIBGE para os aposentados, unificação de cargos e equiparação com o ciclo de gestão.
Após ouvir com atenção os pontos, a ministra Simone salientou que este é um governo que conhece a importância do IBGE, com a indispensabilidade de seus dados para o planejamento do país. Destacou ainda a sua experiência como prefeita, que a levou a ter um contato mais marcante com as implicações destes dados. E, apesar do governo ser um conhecedor desta relevância, Tebet trouxe a importância disso ser levado de forma mais frequente e direta ao conjunto da sociedade, pois ao seu ver, muitas vezes é preciso dizer aquilo que a nós parece óbvio, mas não o é a todos, e que tal constatação vem de suas experiências de debates e campanha pelo país.
Reconhecendo assim a importância que atribui ao IBGE, colocou-se como uma defensora do instituto e entendeu todos os pontos elencados pelos representantes dos trabalhadores como bastante justos. Quanto ao primeiro, mencionou as dificuldades nas questões do orçamento, mas salientou que tem dialogado com Márcio Pochmann no sentido de buscarem soluções, ressalvando, porém, que eventuais remanejamentos ocorrem tão somente no segundo semestre.
Afirmou ainda ver a remuneração dos trabalhadores temporários como o ponto mais grave, pois é notório que um trabalho de tal relevância pede por uma remuneração melhor. Contudo, entende como difícil avançar do atual patamar dos APMs para os R$ 2.675 em uma só parcela, e que entende como adequado a entidade sindical pensar numa proposta de parcelamento para que seja aplicada tal equiparação.
No tocante à reestruturação de carreira, ela já estava ciente de que em 22 de março teremos uma segunda reunião com o Ministério da Gestão, a quem cabe definir sobre questões desta natureza e, que por ora, não tem muito a dizer, senão apoiar. A ministra afirmou seu compromisso com a reestruturação de carreira e reafirmou que os pontos como a incorporação da GDIBGE aos aposentados devem ser debatidos com o Ministério da Gestão.
A ministra afirmou que apoiará a nossa proposta da carreira, e vai defendê-la junto ao MGI. No entanto alertou que as discussões de recursos e prioridades orçamentárias não passam apenas pelo seu ministério e sim por uma Junta de Execução Orçamentária (Ministério da Fazenda, Casa Civil, MGI e Planejamento), onde o posicionamento do MGI tem grande peso neste debate sobre carreiras. Tebet disse que, assim como ela, Esther Dweck (Gestão) e o Haddad (Fazenda) também sabem da relevância do IBGE e estão envolvidos. A ministra se comprometeu a analisar detidamente as razões apresentadas pela entidade sindical para se colocar como uma defensora da valorização do IBGE, pois sabe das dificuldades enfrentadas pelo órgão e, em tal contexto, “não dá para o IBGE sair de mãos vazias”.
Sobre a reposição do quadro de servidores, Tebet lembrou que o MGI planeja a execução do Concurso Nacional Unificado em três parcelas, com outras duas ainda durante este mandato, e que diante de fundamentos sólidos, é possível defender que o IBGE seja contemplado nas fases vindouras, com mais vagas.
A Executiva Nacional da ASSIBGE avalia como positiva a reunião, primeiramente pelo canal de diálogo em si, reclamado há muito junto ao Ministério, uma vez que representações de órgãos vinculados a outras pastas costumam ter em seus ministros defensores de suas pautas, algo até então mais difícil de encontrar no Ministério do Planejamento, dada a amplitude de seu escopo.
E para muito além da abertura do diálogo em si, a Ministra Simone se mostrou verdadeira conhecedora do IBGE e sensível à pauta dos trabalhadores, sendo certo que seu apoio terá papel de grande importância no atual debate acerca da carreira, bem como dos outros igualmente urgentes que foram abordados.
A ASSIBGE continuará buscando pelos avanços essenciais à instituição e ao conjunto de seus trabalhadores, efetivos ou temporários, ativos ou aposentados, e para tanto, é preciso que toda a categoria continue engajada, nas assembleias, atos e mobilizações, ao que reforçamos o chamamento dos Núcleos Sindicais para o dia 22/03, no Rio de Janeiro.
Só a luta muda a vida.
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