O Seminário Regulação do Georreferenciamento no Brasil, realizado dia 11 de abril, em Brasília, foi uma espécie de balão de ensaio para a busca de apoio à criação de uma Agência Reguladora geográfica e cartográfica, o que levaria o IBGE a desempenhar um papel secundário no setor.
No entanto, para que isso ocorra será preciso alterar a lei que estabelece o Sistema Cartográfico Nacional, que confere ao IBGE e ao Exército brasileiro as responsabilidades de coordenação, regulação e produção da cartografia terrestre.
A iniciativa de realização do evento coube a empresas do setor e o convite ao IBGE só foi oficializado depois que a proposta de sua realização foi lançada. O Seminário foi organizado com apoio da Interlegis, entidade que assessora o Senado Federal.
De olho no potencial de um mercado em expansão, o Presidente da Geodireito, Luiz Ugeda, destacou o papel do mapa como commodity, afirmando que o setor público está criando dificuldades, que não temos um órgão regulador e que o país necessita desenvolver políticas públicas com o exercício franco do mercado.
Em sua intervenção o representante da empresa MundoGeo frisou que o “E” do IBGE é muito maior que o “G”, o que, por si só, justificaria a criação de uma Agência Reguladora para o setor.
Por sua vez, ao longo das atividades do Seminário representantes de instituições governamentais (Incra, Embrapa, TCU e Ibama) ressaltaram a importância do IBGE para a construção de uma rede de dados integrados de georreferenciamento.
O diretor adjunto da Diretoria de Geociências, João Bosco de Azevedo, não entrou em polêmicas e fez um apanhado das atividades desempenhadas pelo IBGE. No entanto, Bosco não se referiu aos investimentos que o órgão tem feito nos últimos anos para fortalecer a DGC.
Há anos não se aposta na renovação de pessoal e estrutura nesta área, com uma redução dos investimentos nas Geociências do IBGE, o que se confirma com o fechamento da unidade de Parada de Lucas, no Rio de Janeiro, previsto para este ano.
A ASSIBGE-SN se fez representar no Seminário através de Cassius de Britto e de dois colegas convidados, Nilo Cesar e Érica Delania, ambos engenheiros cartógrafos.
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