O Governo confirmou, nesta quarta-feira 26, a escolha do economista Márcio Pochmann para presidir o IBGE. A indicação encerra sete meses de indefinição sobre os rumos do IBGE na nova gestão governamental.
O Presidente interino, Cimar Azeredo, vinha exercendo 3 funções no órgão: Presidente Interino, Diretor Executivo e Diretor de Pesquisas. A extensão do Censo foi apontada pelo Ministério de Orçamento e Planejamento como um dos motivos para a manutenção de parte da Direção, esta que foi responsável pela operação desde o governo anterior.
O IBGE tem urgência em se estruturar visando as próximas grandes operações estatísticas que ocorrerão em 2025 e 2026: Censo Agropecuário e Contagem Populacional. O instituto vive uma crise com a falta de servidores efetivos, congelamento do orçamento e desvalorização salarial dos trabalhadores temporários. Essa é a verdadeira problemática que assombra o IBGE. A capacidade de autonomia técnica e independência a governos sempre foi mantida pelo corpo técnico, mesmo nos momentos de grande crise política, como nos últimos 4 anos.
Márcio Pochmann é Doutor em Ciências Econômicas, professor titular da Universidade Estadual de Campinas desde 1989 e foi Presidente do IPEA entre 2007 e 2012. A Diretoria da AFIPEA (entidade que representa os servidores do IPEA) foi consultada pela Assibge sobre a gestão Pochmann no instituto. A avaliação sobre Pochmamm é que sua gestão foi marcada pelo fortalecimento do IPEA, realizando concurso, ampliando as publicações e as linhas de atuação do Instituto.
A ASSIBGE-SN defende eleições para a Presidência do órgão e pautará essa demanda junto ao novo Presidente da Casa. A situação pela qual passa o Instituto atualmente exige do governo uma atenção que vai além da escolha de um nome para sua presidência. É preciso um projeto estratégico de fortalecimento institucional, que deve envolver necessariamente garantias de autonomia técnica e democratização do modelo de gestão. Há os exemplos da Fiocruz e das Universidades, mas pode-se formular um modelo próprio para o IBGE.
A ASSIBGE-SN reafirma seu compromisso histórico em defesa da autonomia técnica e de independência política e reforça sua pauta pela reestruturação do IBGE:
- Concurso público para reposição dos cargos vagos, especialmente dos técnicos de nível intermediário;
- Reajuste salarial para os trabalhadores temporários;
- Reestruturação de Carreira;
- Orçamento estável e adequado para seus projetos e pesquisas;
- Processo de avaliação profunda e democrática da operação censitária de 2022.
- Democratização do IBGE: eleições diretas para presidente e superintendes.
Executiva Nacional da ASSIBGE-SN
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