São décadas de muitas contribuições ao país. Certamente sem nossas estatísticas e pesquisas geocientíficas, o Brasil não teria consciência de sua grandeza e de seus desafios. Nesta caminhada de 84 anos enfrentamos sol, calor, frio e chuva nos quatro cantos do território nacional, para mostrar os contrastes do nosso país, distribuídos de forma desigual em sua imensidão de riquezas, e de um povo que clama por justiça e dias melhores.
A sociedade, o Brasil e o mundo impõem desafios no presente e no futuro para os órgãos oficiais de Estatística e Geografia. Para enfrentá-los é preciso:
.Que o IBGE se fortaleça como produtor de estatísticas e informações geocientíficas, o que em si já constitui uma política pública e determina as demais políticas fundamentais para enfrentar as desigualdades abissais de toda a ordem que subsistem em nosso país, sejam elas de classe, renda, educação, gênero e cor. Políticas públicas necessárias para resgatar a capacidade de atuação do Estado e a nossa soberania produtiva;
.Que seja combatida a restrição orçamentária imposta pela Emenda 95 e a política fiscalista pró-cíclica do governo, que tem mantido tanta gente na miséria, e superemos as limitações à realização de nossas pesquisas, notadamente do Censo Demográfico 2021;
.Que se estabeleça um diálogo permanente, expondo de forma clara e transparente para todos e todas as demandas do IBGE para dar conta dos seus anseios da sociedade, ainda que no contexto atual isso enfrente a desconfiança, causada pelos desmandos e tentativas de desqualificação do conhecimento e da ciência;
.Que o IBGE se fortaleça como coordenador do Sistema Estatístico Nacional e da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais, e que haja amadurecimento em direção à aquisição das infraestruturas cadastrais e de bases de dados fundamentais para que se possa cumprir esse papel;
.Que novas gerações de servidores ingressem no IBGE a partir de concursos públicos, com remuneração e condições de trabalho dignas, comprometidas no longo prazo com a instituição e seus objetivos, conscientes e capazes o suficiente para reagir e rechaçar quaisquer interferências, garantindo a impessoalidade e a qualidade da produção;
.Que tenhamos uma gestão democrática, com eleições e mandato determinado dos dirigentes do IBGE, para que não estejamos sujeitos a mudanças que atendam somente a interesses de governantes, assegurando que os planos de trabalho sejam definidos por seus servidores em acordo com a demanda da sociedade, garantindo a sua autonomia técnica do órgão;
.Que as mudanças necessárias aconteçam, sim, num clima de confiança, transparência e diálogo permanente entre ibgeanos e os usuários das informações geográficas e estatísticas.
Apesar dos ataques e desmandos, somos nós, trabalhadores, que construímos essa história de 84 anos. Certamente seremos nós os responsáveis por manter o IBGE firme diante dos seus desafios.
Parabéns, IBGE! Parabéns, ibegeanos!
Governos passam, o IBGE fica!
ASSIBGE-SN – Sindicato Nacional dos trabalhadores do IBGE
29 de maio de 2020
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