IBGE confirma que usa mão de obra temporária em todas as pesquisas

Em entrevista concedida à Folha Dirigida (16 a 22 de junho/2016), o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros, confirma as denúncias que a ASSIBGE-SN já fez em diversas oportunidades sobre o uso de mão de obra temporária. Basta ler a primeira resposta para entender:

“Folha Dirigida: Qual é a importância do concurso para 7.825 vagas temporárias, com editais já publicados? Em quais pesquisas esses funcionários atuarão?

Bruno Malheiros – Esses funcionários temporários são fundamentais para o trabalho do IBGE. Eles atuam em todas as pesquisas, nos mais de 580 municípios em que o instituto está presente. Todos os municípios têm atividades de coleta de dados, que é a primeira etapa do processo de produção de informações estatísticas e geográficas, e esses temporários atuam especificamente nas atividades de coleta de dados para qualquer tipo de pesquisa. Então, eles atuam na Pnad, POF, Munic, Estadic, enfim, todas as pesquisas do IBGE que exigem coleta de dados têm atuação dos temporários. A importância deles, portanto, é essencial. O IBGE só funciona com esses profissionais trabalhando na ponta.”

Em outro trecho da entrevista, quando o repórter questiona o aproveitamento dos temporários em várias pesquisas, o CRH do IBGE confirma: “Sim, Isso aconteceu, quando, no início deste ano, extinguimos a PME, que foi substituída pela Pnad Contínua. A maioria dos temporários, lotada na PME, acabou sendo redirecionada para a Pnad Contínua e outras pesquisas.” Ou seja, trata-se de pesquisas de caráter contínuo.

Para bom entendedor, meia palavra basta. Está evidente que há uma burla à LEI Nº 8.745, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1993, que “dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, e dá outras providências.”

A contratação de mão de obra temporária no IBGE não só não atende a nenhuma excepcionalidade, como também é usada como prática permanente para todas as pesquisas, em substituição à força de trabalho efetiva. É urgente a realização de concurso público que reponha o quadro de pessoal.