No dia 25 de outubro, às 10h, representantes da executiva nacional da ASSIBGE-SN e do Núcleo Sindical de base da ASSIBGE/Chile se reuniram com representantes da direção do IBGE para esclarecer os motivos e alternativas em relação à transferência dos trabalhadores para o prédio do SERPRO no bairro do Horto.
O presidente do IBGE encontrava-se em viagem internacional e não participou nem mesmo remotamente. A direção do IBGE foi representada por Flávia Vinhaes, diretora-executiva, Bruno de Vizia, coordenador de comunicação social, Carlos Alberto, procurador, Walid Damous, do conselho curador da IBGE+ e Denis Maracci, assessor do presidente (esse último por participação remota).
A reunião ocorreu após várias tentativas do sindicato se reunir, de forma presencial, com a direção do órgão em condições para tratar todas as pautas acumuladas nos últimos meses: Fundação IBGE+, Teletrabalho, mudança para o Horto, Estatuto do IBGE, reajuste de SCQs e pautas não remuneratórias dos temporários. Portanto, seria necessário estabelecer um canal de diálogo e um calendário de reunião que abarque todas as pautas.
A Executiva Nacional da ASSIBGE pontuou de forma introdutória que a criação da fundação de direito privado e a alteração no regime de trabalho haviam sido implementadas sem nenhum debate com a categoria. Por isso, o sindicato reivindica que essas medidas sejam suspensas até que a categoria seja consultada.
A executiva nacional expressou que espera que o processo da transferência dos servidores do Complexo da Avenida Chile para outro local de trabalho não ocorra sem consulta aos funcionários. Os representantes do núcleo da Av. Chile apresentaram a reivindicação de uma comissão entre servidores e direção para tratar das questões relativas ao local de trabalho dos servidores da Chile, bem como de outros temas, como o regime de trabalho e a fundação.
A diretora executiva do IBGE lembrou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo IBGE e indicou que não há outra alternativa viável a não ser a transferência dos servidores da Av. Chile ao prédio do Serpro no Horto, já que os prédios públicos na região central estariam degradados e sem condições de receber de imediato o IBGE.
Os representantes do Sindicato Nacional e do Núcleo Chile argumentaram que a direção do IBGE não havia demonstrado a inviabilidade das alternativas. Nesse sentido, solicitaram que a direção do órgão realizasse estudos referentes à possibilidade de reduzir a metragem ocupada na Chile, bem como publicasse integralmente os relatórios das visitas técnicas que foram realizadas nos espaços públicos federais disponíveis no centro do Rio. Os representantes sindicais solicitaram ainda que uma comissão de servidores pudesse visitar os prédios do horto e outros prédios públicos disponíveis. Solicitaram ainda que houvesse clareza e transparência sobre o sistema de vans que supostamente seria implementado no horto, inclusive com previsão de custos.
Em relação à Fundação IBGE+, o procurador Carlos Alberto repetiu a exposição já feita em reuniões internas do IBGE. Em resposta às indagações, o procurador afirmou que o estatuto da Fundação Saúde do RJ, foco de escândalos, foi utilizado como “modelo” para o estatuto da IBGE+. O procurador afirmou ter estudado estatutos de aproximadamente 20 fundações, e considerou que a Fundação Saúde seria, em alguns aspectos, o melhor modelo.
O procurador afirmou também que a IBGE+ ficaria “praticamente paralisada” até a aprovação de uma política de inovação por parte do IBGE, e que na aprovação da política de inovação haveria amplo debate no Instituto.
Os representantes sindicais pediram então que houvesse um compromisso político da direção do IBGE de paralisar completamente o funcionamento da Fundação até que houvesse uma discussão ampla.
Encerrando a reunião, a executiva solicitou à direção do IBGE uma resposta às reivindicações concretas apresentadas aos longo da reunião, bem como uma indicação de calendário para tratar dos inúmeros pontos de pauta pendentes.
Ao final, a diretora executiva disse não ter autonomia para responder às reivindicações colocadas e afirmou que levaria as questões ao presidente.
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