NOTA SOBRE O NOVO CORTE DO CENSO – Orçamento aprovado inviabiliza Censo em 2022

Orçamento aprovado inviabiliza pesquisa em 2022

Redução da verba escancara o desejo do governo para que não tenhamos Censo

O sindicato vem a público novamente denunciar que o orçamento destinado ao Censo demográfico é insuficiente e inviabiliza até os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022.

O governo federal reduziu ainda mais a verba destinada à realização do Censo Demográfico. Dos 3.4 bilhões necessários, os números foram descendo, e no último mês o governo havia aprovado apenas 71 milhões, para piorar a situação o orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União hoje (23 de abril), chega com um veto do presidente Jair Bolsonaro que reduz o valor para R$ 53 milhões.

Com o valor designado para o Censo em 2021 depois do corte feito, não serão realizadas etapas centrais para a realização do Censo em 2022. Precisamos agir com urgência, necessitamos garantir orçamento de pelo menos 239 milhões em 2021 para não comprometermos o Censo que precisa ir para as ruas no próximo ano.

Os 239 mi serão utilizados para:

_ Manter o pessoal já contratado para o Censo Demográfico. Os trabalhadores em questão já foram amplamente treinados, portanto, seria um real desperdício de dinheiro público demiti-los e fazer outro processo seletivo para contratar para a mesma função.

_Ampliar a atualização do cadastro de endereços – com cerca de 70% do CNEFE desatualizado amplia-se a possibilidade do recenseador não levantar todos os mais de 80 milhões de domicílios;

_Realização dos testes necessários para os sistemas de coleta e supervisão e de possíveis alterações do questionário;

_Garantir a manutenção dos contratos de fornecimento de serviços de imagem de satélite atualizados.

_Compra de EPIs de qualidade para a realização das tarefas de campo preparatórias mesmo depois da população ser imunizada.

Os dados do Censo Demográfico, especificamente, impactam diretamente diversas políticas públicas, sejam mediante atrelamento legal ou como insumos para a elaboração de políticas e planejamento público e seu monitoramento. Depois da pandemia, vamos precisar de dados detalhados sobre um país mergulhado na maior crise sanitária e econômica dos últimos anos. Sem um Censo completo, o Brasil não enxergará suas necessidades.

É urgente garantirmos a verba para o preparo do Censo e lutarmos pelo resgate do orçamento de 3,4 bilhões para 2022. Só assim teremos um censo completo que auxiliará na retomada do país, sem o Censo estaremos mergulhados na escuridão.

O sindicato prossegue, incansavelmente, na luta em defesa dos trabalhadores e do país. O apagão dos dados no Brasil é um problema de toda a nação.