O jornal O Estado de São Paulo publicou matéria, em 2 de julho, dando conta que o Governo Bolsonaro pretende integrar o IBGE e o Ipea numa secretaria especial, sob a supervisão de economistas do “mercado”, visando formar um laboratório de ideias para a equipe econômica.
Apesar de vaga, a nota lança dúvidas e cria desconforto entre os ibgeanos. Nenhum problema aparente em colocar sob uma mesma secretaria ambos os órgãos, numa mudança de estrutura. Entretanto, é importante saber com qual objetivo.
Há diversas questões que precisam ser esclarecidas:
. A direção do IBGE foi comunicada ou participa desse projeto? Por que os ibgeanos não são informados sobre assuntos que envolvem o IBGE?
. Desde quando o IBGE tem como função assessorar governos e formular políticas? Mudou a missão institucional do IBGE?
. Se o objetivo é fazer um laboratório de ideias, porque não se criou simplesmente um GT?
Mais uma vez os trabalhadores do IBGE foram informados pela mídia de questões que envolvem o IBGE, o que só reforça a convicção de que vivemos sob uma intervenção não declarada. Uma Presidente totalmente descolada da realidade da casa e de seu corpo técnico, agindo para dar satisfações a quem a indicou, e uma direção que se cala diante dos descalabros.
O IBGE não pode ser confundido com órgão de assessoramento e assumir responsabilidades que não constam de sua missão institucional.
Nossa missão é retratar o Brasil em sua complexidade para que os poderes tenham informações suficientes e desenvolvam políticas públicas, fornecendo elementos para a sociedade cobrar seus direitos.
A ASSIBGE-SN se mantém alerta a qualquer tentativa de mudanças nas metodologias por parte do governo que firam a autonomia técnica do instituto. Esperamos que a direção do órgão venha a público esclarecer o que se passa com essa proposta.
Executiva Nacional ASSIBGE-SN
3 de julho/2020
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