NOTA EM SOLIDARIEDADE À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UFRJ – A Executiva Nacional da ASSIBGE – Sindicato Nacional lamenta profundamente o incêndio que destruiu o acervo do Museu Nacional. O que se perdeu não foram apenas papéis e objetos, mas grande parte da documentação que registrava parte importante da História do Brasil, de suas espécies e de suas etnias originárias.
Assim como os governantes vêm maltratando a museologia tradicional, ao reservar migalhas para a manutenção, segurança e restauração das instalações e acervos, todos os demais órgãos públicos federais, estaduais e municipais estão sendo sucateados pelos sucessivos governos, com algumas exceções.
Não se trata de um acaso, de uma fatalidade, como entendem alguns. Trata-se de uma política, que insiste em tratar com descaso e à mingua tudo que é público: dos hospitais aos museus, das escolas ao transporte de massa, das universidades aos institutos de pesquisas, como o IBGE.
Enquanto insistem em pagar juros e amortizações de uma dívida pública que, apesar disso, só faz crescer, os sucessivos governos e governantes brasileiros reduzem os investimentos públicos. A mais recente medida adotada neste sentido – Emenda Constitucional 95 – condena os órgãos públicos a sobreviver na penúria, através da imposição de um teto de gastos por 20 anos.
Não é por acaso que logo após a tragédia que destruiu o Museu Nacional surgem insinuações de que a reitoria da UFRJ seria a grande responsável pelo incêndio. Presidente, ministro e a grande mídia empresarial querem fazer a população acreditar que o problema é de má-gestão, quando sabem que não há gestão que resista à falta de recursos.
No fundo a tentativa de condenar a reitoria da UFRJ são um ataque à gestão democrática, que assegura a participação dos servidores e usuários na condução da administração da Universidade. As elites deste país não aceitam democracia e transparência no trato da coisa pública, que sempre usaram para subsidiar seus negócios e empregar seus serviçais
A solução que os abutres apontam é sempre a mesma: captar recursos junto a instituições privadas (que gozarão de isenção de impostos) e entregar a administração a grupos empresariais, cujo objetivo é somente o lucro.
Agora mesmo o IBGE enfrenta uma situação grave, ameaçado de não ter recursos e pessoal suficiente para a realização do Censo Demográfico de 2.020. Ora, como é possível planejar políticas públicas consistentes sem uma radiografia detalhada da realidade da população brasileira?
O próprio Fundo de Participação dos Municípios, que depende da contagem populacional e é uma fonte de arrecadação fundamental para as cidades brasileiras, corre o risco de não refletir a realidade da população das cidades.
Em nome dos trabalhadores do IBGE, a Executiva Nacional da ASSIBGE-SN manifesta seu profundo pesar pela tragédia do Museu Nacional. Ao mesmo tempo se solidariza com funcionários e pesquisadores do Museu e a atual reitoria da UFRJ, eleita democraticamente pela comunidade universitária e que buscou recursos públicos para solucionar o problema, mas que vem sendo atacada de forma caluniosa e injusta.
TODA SOLIDARIEDADE À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UFRJ
PELA RECONSTRUÇÃO DO MUSEU NACIONAL
POR UMA POLÍTICA QUE VALORIZE OS SERVIÇOS PÚBLICOS E OS SERVIDORES
PELA REVOGAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 95
DEMOCRACIA E TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
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