Para defender IBGE+, direção adota medidas desproporcionais

Não seremos intimidados

Passados três dias úteis desde a reunião da direção do IBGE com o sindicato, onde soluções concretas ficaram pendentes em razão da ausência do presidente, a gestão de Márcio Pochamann distancia-se um pouco mais do diálogo que não hesita em anunciar como virtude.

Após tramitar secretamente a criação de uma fundação de direito privado, batizada com o acintoso nome de IBGE+, e da qual os servidores da instituição só tomaram conhecimento passados dois meses do registro em cartório, a atual gestão concentra todos os esforços na defesa incondicional da nova entidade.

O sindicato apontou o dia 31/10 como um dia de resistência ao IBGE+, com mobilizações agendadas em ao menos 10 estados, e com uma consistente deliberação por paralisação de 24 horas por parte dos servidores da unidade localizada na Av. Chile, no Rio de Janeiro, ao que a direção reagiu buscando criminalizar o movimento, e judicializou a questão.

Não é de hoje a falta de recursos na instituição, algo que a ASSIBGE – Sindicato Nacional já apontava nos preparativos para o Censo Demográfico, ainda em 2019, e que vem repetindo desde então. Contudo, a solução para tal quadro passa pelo suficiente aporte orçamentário no IBGE, essencial ao planejamento do Estado, e não em arranjos que trazem riscos institucionais de toda ordem, como ocorre com o IBGE+.

Contudo, mesmo num cenário de tantas dificuldades, causa espanto o esforço para, num curto espaço de tempo, subsidiar o preparo de demanda jurídica que, protocolada na véspera da mobilização, menos de 5 horas depois obteve do desembargador relator uma liminar, quando já era noite do dia 30/10, na qual se determinou a manutenção de 70% dos servidores em atividade. É pena que tal refinamento e eficácia não possa permear a gestão em outros pontos.

Em mais esse enfrentamento necessário, os trabalhadores do IBGE não serão intimidados por essas atitudes anti-sindicais. A ASSIBGE – Sindicato Nacional orienta os servidores do IBGE a manterem e reforçarem suas mobilizações.