A ASSIBGE – Sindicato Nacional manifesta sua preocupação com o episódio envolvendo a exoneração da pesquisadora Fabiola Sulpino, do Ipea. Fabíola e Rodrigo Benevides foram responsáveis por um estudo prevendo as consequências da PEC 241, que limita os investimentos públicos e projeta um corte bilionário de recursos na área da Saúde.
A direção do órgão não reconhece o estudo como um documento oficial da instituição e seu Presidente se apressou em dizer que as conclusões contidas na Nota Técnica nº 28 não representam a opinião do Ipea.
Fabíola Sulpino foi convocada para uma reunião com o Presidente do Ipea, comunicada de que o estudo causaria constrangimento ao governo e que ele mesmo, Ernesto Lozardo, divulgaria uma nota para contestar as conclusões do trabalho. Pressionada, a pesquisadora entregou o posto de coordenadora de estudos de saúde.
Em nota oficial publicada em 11 de outubro, que procura desqualificar o estudo técnico, o Presidente da instituição, senhor Ernesto Lozardo, afirma que “a posição institucional do Ipea é favorável à PEC 241, por entender que ela possibilitará o equilíbrio das contas federais e um novo círculo virtuoso de crescimento. Assim, o país poderá almejar o aumento da renda e do emprego, e a redução da pobreza.”
O grave deste episódio é que a conduta da direção do Ipea sugere que essa mesma postura poderá ser adotada daqui para frente em outras instituições de pesquisa, inclusive no IBGE. Essa atitude visa a desautorizar os técnicos em instituições públicas, que são órgãos de Estado e não podem estar submetidos à vontade de dirigentes ou a determinação política de qualquer que seja o governo.
Diante do exposto, a ASSIBGE – Sindicato Nacional manifesta sua solidariedade aos colegas do Ipea, denuncia o ocorrido e cobra um esclarecimento oficial por parte do governo, exigindo a preservação da autonomia técnica de todos os órgãos públicos de pesquisa.
Executiva Nacional – ASSIBGE-SN
Outubro/2016
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