- Qual a perda salarial dos servidores públicos no governo Bolsonaro?
O congelamento dos salários no governo Bolsonaro provocou 27% de perdas no poder de compra dos servidores públicos, em função da inflação acumulada no período. Esse é o percentual que as entidades nacionais que representam os servidores públicos federais solicitaram ao governo Lula para reajuste salarial emergencial. Estamos sem reajuste desde 2017.
- Como o governo Lula está construindo o índice de reajuste para recompor os salários dos servidores?
Através da criação de uma mesa de negociação salarial junto com as entidades de representação nacional dos servidores. A mesa de negociação é um processo de diálogo entre governo e entidades sindicais dos servidores públicos onde se busca chegar a um acordo quanto ao reajuste. Apesar da urgência do reajuste, a mesa prevê rodadas de negociação onde é possível a apresentação de contrapropostas.
- Qual o valor reservado na LOA 2023?
O Governo Lula recebeu o orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) elaborada pelo governo Bolsonaro, onde o valor reservado para reajustes de servidores é de R$ 11,2 bilhões para o ano 2023, com a limite de R$16 bilhões de impacto para os anos seguintes, sem definir quais carreiras receberiam esse reajuste. Importante não esquecer que a alocação desse orçamento só ocorreu por mobilização dos sindicatos e suas bases.
- Qual a primeira proposta do Governo Lula na mesa de negociação?
Na primeira rodada da reunião com o governo, o secretário Sérgio Mendonça propôs a apresentação de 3 cenários de reajuste linear com percentuais diferentes a depender do mês em que esse reajuste ocorresse: março, abril e maio. Iniciando 7,8% em março e podendo chegar a 9% em maio. A lógica da simulação apresentada na mesa foi: considerando o limite de R$11,2 Bilhões para 2023, quanto mais cedo for o reajuste, menor ele precisa ser. Realizando o reajuste mais tarde, é possível utilizar os mesmos R$11,2 bilhões para um reajuste maior, que incidirá em um número menor de meses em 2023. O limite máximo do reajuste é dado pela limitação de R$16 bilhões de impacto anualizado, previsto na LOA.
O governo alegou que o reajuste dos servidores estava limitado ao valor previsto na LOA. A proposta do governo também inclui o reajuste em R$ 200,00 no vale-alimentação, que passaria de R$ 458 para R$ 658 (aumento de 43,6%).
Na formalização da proposta (por escrito) enviada pelo governo, está presente apenas um cenário, o do reajuste de 7,8% no salário + R$200,00 no auxílio-alimentação, com referência em março. Essa proposta não chega a utilizar o espaço reservado na LOA de R$16 bilhões de impacto anualizado para reajustes.
- O reajuste será aplicado apenas sobre o vencimento básico, ou a todos os elementos da remuneração?
A proposta do governo é de reajuste em todos os elementos da remuneração (no caso do IBGE, Vencimento Básico, GDIBGE e GQs/RTs).
- Os sindicatos negaram a proposta do governo como foi noticiado em alguns veículos da imprensa?
Não. Os sindicatos apenas não concordaram imediatamente com a proposta formalizada e seguem negociando, já que o próprio governo havia apresentado uma proposta melhor verbalmente. Caso seja aplicado em reajuste linear a partir de Maio, por exemplo, o índice pode ser de 9% a 10%. Além disso, há a possibilidade de os valores destinados ao reajuste do auxílio alimentação serem remanejados de outras fontes, aumentado a margem do governo para reajustar salários e outros benefícios, como os de saúde e educação. São estes cenários que serão apresentados como contraproposta dos servidores ao governo na próxima reunião.
- Como a ASSIBGE-SN encaminhou essa primeira proposta?
Foi enviada a Circular 006/2023, em 17 de fevereiro, aos núcleos estaduais da ASSIBGE para realizarem assembleias até 24 de fevereiro com os seguintes objetivos: consultar as bases sobre a primeira proposta do Governo, avaliar a possibilidade de uma contraproposta e engajamento na luta pela construção de um índice que melhor reflita as perdas dos últimos anos.
- Os aposentados e pensionistas estão incluídos nestas negociações?
Todos os aposentados e pensionistas serão contemplados com o mesmo reajuste salarial dos servidores ativos. A exceção está apenas no auxílio-alimentação, que os aposentados e pensionistas não recebem.
- Os trabalhadores temporários do IBGE estão incluídos nestas negociações?
Diferentemente do que ocorre com os servidores efetivos, os salários dos trabalhadores temporários do IBGE não são definidos em lei. O IBGE possui autonomia para definir os salários e deve solicitar o orçamento correspondente a estas despesas para o governo. Por isso, qualquer reajuste salarial linear aplicado aos servidores efetivos não contempla automaticamente os trabalhadores temporários. Mas o reajuste do auxílio alimentação, sim, abrange automaticamente os trabalhadores temporários.
Por conta da diferença apresentada acima, o reajuste salarial dos trabalhadores temporários deve ser solicitado pela direção do IBGE sob a forma de complementação orçamentária para o ano de 2023. No dia 14/02/2023, o Comitê Gestor do Plano de Cargos e Carreiras do IBGE reconheceu o patamar extremamente baixo dos salários dos APMs e aprovou por unanimidade a recomendação ao Conselho Diretor da Instituição de que seus salários tenham como referência o vencimento básico do inicial de carreira dos cargos técnicos, atualmente em R$ 2.455. O Conselho Diretor deve deliberar sobre o assunto e, caso aprove a recomendação, deverá solicitar a complementação orçamentária ao governo federal para executá-lo em 2023. Mais detalhes sobre isso acesse o link -> https://assibge.org.br/comite-gestor-do-plano-de-carreiras-aprova-por-unanimidade-recomendacao-ao-conselho-diretor-sobre-reajuste-salarial-dos-trabalhadores-temporarios-do-ibge/.
A ASSIBGE vem se posicionando firmemente pela necessidade urgente de reajuste dos temporários em todos os espaços de interlocução com o governo e com a direção do Instituto.
- E como ficam as discussões para os próximos anos e as questões específicas do IBGE, como a reestruturação de carreira, concursos, democratização da gestão, entre outras?
Não há ainda sinalização por parte do governo sobre a política de reajuste para os próximos anos. Tudo isso depende da discussão da LDO 2024 e da definição de um novo arcabouço fiscal no país. O governo disse que só abrirá discussão sobre isso depois de fechada a questão sobre 2023.
O governo afirmou ainda que apresentará um cronograma de negociação das pautas específicas de cada carreira/órgão após finalizar a negociação da pauta geral dos servidores. Por isso, a Executiva Nacional da ASSIBGE/SN considera que a negociação da pauta geral não se estenderá muito a fim de poder destravar as negociações específicas.
- Quando será a próxima reunião da mesa de negociação?
Ocorrerá no dia 28 de fevereiro e nela serão solicitados os demais cenários com diferentes percentuais em diferentes meses, inclusive anunciados na imprensa, e alocação do recurso para reajuste do auxílio-alimentação de outra fonte que não dos R$ 11,2 Bilhões, bem como o aumento do valor reservado ao reajuste.
- Qual o índice que podemos chegar durante a mesa de negociação?
Entendemos que a primeira proposta do Governo deixa margem para melhorias, uma vez que se trata de um processo de negociação. Por essa razão, solicitamos com urgência a próxima rodada de negociação para o dia 28, quando colocaremos todas as possibilidades na mesa e avaliaremos, junto com a categoria, através das assembleias, a melhor proposta.
- E o que eu, como servidor ativo, aposentado ou trabalhador temporário posso fazer?
Participe das assembleias do seu núcleo sindical para se informar melhor e poder contribuir na decisão da nossa categoria. Acompanhe informações diárias em nosso site e redes sociais. E, não menos importante, FILIE-SE à ASSIBGE/SN para fortalecer a luta coletiva para que possamos avançar sempre mais em melhores condições de trabalho e remuneração.
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