Uma menina, em um país misógino e machista, não tem o direito de ser somente uma menina. Quantas mulheres, outrora meninas, não se sentiram violadas e coagidas por homens velhos, em sua maioria brancos, que se sentem desejáveis e o pior, superiores ao olharem para seus jovens corpos?! Quantas não vivem os traumas e os impactos causados por essas feridas causadas pelo machismo e pela pedofilia?
Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019 do IBGE, 14,6% dos estudantes de 13 a 17 anos, alguma vez na vida e contra a sua vontade, foram tocados, manipulados, beijados ou passaram por situações de exposição de partes do corpo. No caso das meninas, o percentual (20,1%) é mais que o dobro do observado para os meninos (9,0%). Além disso, 6,3% dos escolares informaram que foram obrigados a manter relação sexual contra a vontade alguma vez na vida, sendo 3,6% dos meninos e 8,8% das meninas. A pesquisa entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O universo retratado abrange 11,8 milhões de estudantes, dos quais 7,7 milhões tinham de 13 a 15 anos e 4,2 milhões, de 16 ou 17 anos. E isso são os casos relatos, imagine quantos são coagidos e não relatam? Certamente os números reais são maiores.
De acordo com o Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil”, produzido pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre 2017 e 2020, foram registrados 179.277 casos de estupro ou estupro de vulnerável com vítimas de até 19 anos, uma média de quase 45 mil casos por ano. A maioria das vítimas são meninas, que representam quase 80% dos casos. Na maior parte das vezes, elas têm entre 10 e 14 anos. Os dados são importantes para o enfrentamento e a proteção das nossas crianças e adolescentes.
A qual família homens que fazem isso defendem? Queremos um mundo que olhe para nossas meninas, queremos igualdade de gênero, respeito e políticas públicas.
Estatísticas salvam vidas, machismo mata, viola, fere… Lutemos, em defesa das nossas crianças e adolescentes.
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Assibge Sindicato Nacional
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