“Quanto mais cedo começarmos melhor”. Foi essa a posição do secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Francisco Gaetani, sobre o Grupo de Trabalho de Carreira, na reunião com a Executiva Nacional da ASSIBGE-SN, em Brasília, dia cinco de abril. O secretário demonstrou interesse em estreitar os laços com o IBGE, reconhecendo o esforço do Sindicato em tratar não apenas de assuntos salariais, mas da importância do instituto para a sociedade brasileira.
Gaetani se comprometeu a indicar o mais breve possível os nomes dos representantes do MPOG que vão compor o GT de Carreira. O secretário-executivo ressaltou que 2016 é um ano de muitas dificuldades para o IBGE e para todos os órgãos públicos, em função dos cortes orçamentários.
Apesar dos limites impostos pela crise, Gaetani reconheceu a importância do governo prestigiar o IBGE. “Dado não é uma coisa barata, simples ou fácil de obter. Por isso o IBGE é um órgão precioso para o país, muitas vezes mal compreendido e pouco valorizado”, afirmou.
Para que o projeto de reestruturação da carreira do IBGE possa se tornar realidade a partir de 2017, será preciso que o Grupo de Trabalho entre governo, IBGE e ASSIBGE-SN comece a funcionar o quanto antes e a proposta se transforme em Projeto de Lei, para ser apreciado e votado pelo Congresso Nacional ainda este ano. Daí a importância da categoria seguir atenta e mobilizada em torno da reestruturação da carreira.
Precarização e democracia
Durante a reunião a Executiva Nacional da ASSIBGE-SN mais uma vez demonstrou preocupação com o crescimento de mão de obra temporária, o número de pedidos de aposentadoria e a adoção de medidas restritivas ao trabalho sindical dentro do IBGE, impostas pela Direção do órgão, justamente num momento em que é fundamental a defesa da democracia para a sociedade brasileira.
A Executiva expôs dados sobre a precarização do IBGE, citando o número de servidores temporários realizando atividades em pesquisas contínuas, com salários e benefícios bem inferiores aos efetivos. Ao mesmo tempo, os dirigentes da categoria externaram a preocupação com medidas que cerceiam as atividades sindicais, como a imposição de horário para a realização de assembleias, manutenção de um banco de horas e suas consequências, proibição de participação dos temporários nos fóruns estatutários do Sindicato, bloqueio de e-mails e até a censura a um manifesto em defesa da democracia, assinado por trabalhadores do IBGE.
As duas questões foram levantadas pelo Sindicato como fundamentais para que se recupere um ambiente de trabalho sadio e se possa alcançar o reconhecimento efetivo da importância do IBGE. “Muita coisa não depende só de dinheiro, mas de critérios”, afirmou o secretário. Gaetani afirmou que é preciso que o Sindicato também participe da discussão do Planejamento Estratégico do IBGE, reivindicação antiga da ASSIBGE-SN. O secretário se comprometeu a realizar uma conversa com a Direção do IBGE a respeito destes temas.
Ao final, a Executiva Nacional solicitou ao secretário-executivo que se estabeleça um calendário de reuniões do Sindicato com o Planejamento, ministério ao qual o IBGE e seus trabalhadores estão vinculados.
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