O presidente Michel Temer escolheu o economista Paulo Rabello de Castro, que estava a frente do IBGE, para assumir o comando do BNDES. Rabello vai substituir Maria Sílvia que entregou o cargo na tarde de hoje. Ontem Rabello se reuniu com Temer em agenda oficial no Palácio do Planalto. A informação foi antecipada pela Coluna.
A decisão dela de deixar o Banco por motivos pessoais pegou o presidente Michel Temer de surpresa. Ela veio pessoalmente conversar com Michel Temer.
Em março, a Coluna revelou que empresários se reuniram em São Paulo para criticar Maria Silvia para Temer. Foi dito que sob a gestão da executiva o banco está inoperante, fechado para tudo e para todos. “É um time que não conhece a máquina. Só anda lá o Bê-a-Bá”, resumiu um empresário. Segundo o relato de um dos presentes, Temer disse que já havia recebido reclamações e que, diante da contundência das queixas, vai chamar a executiva para resolver as pendências.
Após o jantar com o presidente, um empresário comentou que a única forma de “resolver pendências” é trocar a presidente do BNDES. À época eram duas as queixas: 1) pedidos de financiamento vultosos e 2) a executiva não recebe empresários. Temer ouviu o relato de que um grande industrial tenta há quatro meses falar com Maria Silvia. Foi orientado a procurar três diretores antes. Um deles agendou o encontro para um mês depois.
Nos últimos dias a informação de bastidores era que Moreira Franco (Secretaria-Geral) buscava um nome para substitui-la no mercado. E isso a teria irritado.
Na noite de quarta-feira, 24, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), fez a leitura do requerimento para a instalação da CPI do BNDES. O banco será investigado por senadores.
Leia a nota do Planalto convidando Rabello:
O presidente da República, Michel Temer, convidou o economista Paulo Rabello Castro, atualmente presidente do IBGE, para substituir Maria Silvia Bastos no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Castro aceitou o convite e começará seu trabalho na instituição já na próxima semana.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
Leia nota que Maria Silvia deixou para seus funcionários:
“Prezados benedenses,
Nesta sexta-feira, 26 de maio, informei pessoalmente ao presidente Michel Temer a minha decisão de deixar a presidência do BNDES.
Todos os diretores permanecem no cargo e o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco.
Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país. Nas duas passagens que tive pelo Banco, como diretora, nos anos 90, e agora, como presidente, vivi experiências desafiadoras e de grande importância para a minha vida profissional e pessoal.
Neste ano à frente da diretoria do BNDES busquei olhar para o futuro, estabelecendo novos modelos de negócios e estratégias para o Banco, sem descuidar do passado e do presente, sempre tendo em mente preservar e fortalecer a instituição e seu corpo funcional.
Desejo boa sorte a todos, esperando que sigam trabalhando para que o BNDES continue sendo o Banco que há 65 anos faz diferença na vida dos brasileiros.
Um grande abraço,
Maria Silvia”.
Leia a nota do Palácio do Planalto:
O presidente da República, Michel Temer, manifesta seu profundo agradecimento a Maria Silvia Bastos Marques, que presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de forma honesta, competente e séria por pouco mais de um ano.
Seu trabalho honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos. Deixará como legado um modelo a ser seguido em toda máquina pública.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
Coluna do Estadão
Andreza Matais e Naira Trindade
26 Maio 2017
mario diz
O P Q não: ILMO.. Sr. presidente da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, aí cita o nome. Parcialidade! Quando era o outro governo era só: a dilma