GT Carreira/Salários Presentes: Pela Direção: Paula Dias Azevedo (DE), Ualace Ferreira de Avelar (DE/CRH), Carla Francisca Bottino Antonaccio (DE/CRH) e Affonso Henriques Duarte (DE/COF). Pelos Trabalhadores: Ana Carla Magni (DPE/COSEC), Cleiton Camargo Batista (UE/PR), Elias Pereira Lima (DI/CDDI) e Susana Lage Drumond (UE/RJ).
A presidente deu as boas vindas afirmando que não poderia deixar de estar presente, até para estabelecer as regras do jogo e firmar alguns compromissos. Primeiramente, o de sair, no mínimo, com uma tabela salarial acordada, com alternativas. Coloca que neste tempo à frente da gestão, participou, junto aos Ministérios, de diversos processos de negociação de recursos, adquirindo experiência em áreas que nem tinha interesse, mas aprendeu que quando se apresenta algum pedido com fundamentação, com credibilidade, a conversa é diferente. Que almeja que se saia do GT com algo sólido, bem fundamentado. Ainda sobre esse processo de negociação, afirmou que, para nós, que somos ibgeanos, é automático absorver a ideia da necessidade de reconhecer a essencialidade do IBGE; mas que negociaremos com pessoas que não conhecem o IBGE.
Teríamos que apresentar e fundamentar, porque queremos salários ou tabelas equiparando com outras carreiras ou em outros patamares. Uma justificativa para essa questão do ciclo de gestão, afinal fazemos parte do processo de trabalho do ciclo de gestão. Que o grupo terá autonomia para trabalhar, tirará suas conclusões, mas a direção tem posição, limites, sobre o que pode ser pedido. Tem o entendimento de que quem chega pedindo tudo acaba se desqualificando. Acha que talvez estrategicamente (na opinião dela) é mais interessante primeiro estar dentro de um determinado grupo (ciclo de gestão) para, depois de estar dentro dele, pleitear remuneração melhor. Não é a melhor estratégia reivindicarmos os maiores valores do ciclo de gestão. Não está reivindicando que cheguemos à conclusão de que tenhamos que pedir as menores remunerações, mas que pedir as maiores não é estrategicamente interessante.
Reafirmou a necessidade de trabalhar estrategicamente, de não pedir nada que não exista. Que poderíamos reivindicar salários como os do BACEN e sermos derrotados. Nesse caso, na opinião dela, se poderia trabalhar com a proposta salarial do IPEA, porque todo mundo teria aumentos salariais. Que é importante, para qualquer caso, avaliar impactos orçamentários. Reconhecer o inevitável, que somos um quadro diferente, maior. Pensar em minimizar impactos orçamentários através do ingresso em etapas. Lembrou que as estratégias são tão importantes como o desenho.
Colocou que, para a composição do GT, por parte da direção, não houve preocupação de pegar um de cada área, mas os mais envolvidos na discussão de carreira, que representam a Casa como um todo. Alega que, de certa forma, é para sermos os porta-vozes dos “pés no chão”, de uma proposta apta a ser apresentada a um novo presidente do IBGE e a um novo ministro do planejamento, que seja crível sob vários pontos de vista. Abrantes disse que é importante que façamos essa discussão o quanto antes, já que todas as categorias farão isso com o encerramento do acordo 2012-15, e que quem chegar primeiro tem mais chances. Lembrou que a Secretaria de Relações de Trabalho só tratará de aumentos lineares, e que essa negociação de reestruturação de carreira passará pelo ministério. A presidente colocou que é importante não apenas que se termine antes, mas que se chegue com acordo ao final do processo. E que, para chegar ao final com acordo, os dois lados têm que ceder.
Sobre a valorização/capacitação, questionou se será importante para o IBGE. Colocou que há outras formas de valorizar, como requisitos de progressão, como no SIDEC (Sistema de Desenvolvimento na Carreira), ou para acelerar progressões. Afirmou que o projeto de qualificação do IBGE foi importante, teve mil méritos, formou muitos, mas tem limitações. Que hoje parcela expressiva dos salários depende de cursos. Assim, estes são buscados sem necessariamente haver interesse. Nem sempre se trata das melhores escolhas do ponto de vista pessoal ou profissional/institucional, apenas está associado a ganho imediato.
Coloca que é momento de uniformizar conhecimentos sobre subsídio, já que não existe um único modelo. Pode ser por subsídios ou composição por rubrica. Coloca-se como servidora que não conhece detalhadamente a questão. Dependendo do modelo, o estímulo à qualificação pode ser inserido de outras maneiras dentro da instituição, progressão, acesso a cargos (determinada capacitação para assumir cargos dentro da instituição). Lembra que aqui sempre se privilegiou a capacidade técnica, e não gerencial, o que do ponto de vista especialmente da gestão de pessoas nem sempre é a melhor alternativa. Afirmou que não assume isso para si (para os seus 3 anos de gestão), já que se trata de problema histórico do IBGE.
Diz que lê os nossos materiais, então que não pode deixar de se manifestar, até para que não se criem expectativas infundadas em relação a temas que seria melhor não trazer à tona neste momento. Refere- se a três, especificamente:
a) Definições de atividades: alega que, se não há na velha carreira, imagine na nova… Diz que há acordo com o comitê gestor que esse GT trabalhará sobre a nova carreira, e o comitê vai definindo as atribuições da atual carreira; pode discutir na nova, caso ela mude no meio do caminho, mas são papéis diferentes.
b) Disfunções: coloca que, se não resolveu em outros fóruns, é porque legalmente há milhões de questões, e neste momento pode ser algo que impeça de chegar a bom termo.
c) Avaliação de desempenho: está ligada à legislação. Existe um consenso (MPOG/SRT/SEGEP) de que não pode estar ligada à remuneração, mas à capacitação, aperfeiçoamento, treinamento, progressão. Assim, se pode mudar práticas com nova legislação. Outras questões (como avaliação 360°) envolvem temática mais complexa.
Traz a sugestão de foco para a tabela e a forma de remuneração, com seus respectivos impactos orçamentários. Alega que gostaria de ter resultados concretos. Um documento sobre o qual todos possam dizer que queremos o mesmo nos diferentes fóruns, uma boa defesa. Que é preciso escrever um texto dizendo o que somos, o que fazemos, e que podemos contar com a colaboração da direção. Coloca que a direção pretende envolver um consultor, trazer informações, indicações da SEGEP. Abrantes disse que em reunião recente com Mauro Henrique/SEGEP, este foi bem receptivo a esta questão. Há perspectiva de uma consultora do MPOG envolvida no processo, além da contratação de uma outra consultoria.
Os representantes indicados pelo Sindicato reafirmaram a necessidade de avançarmos em debates que não conseguimos tocar em outros momentos, como a questão da remuneração por subsídio. Que temos como pressuposto inicial a ideia de garantir acesso de todos. Por isso é tão importante o debate tanto sobre o modelo de remuneração como sobre a tabela salarial. Avaliaram que de fato é difícil resolver temas como as disfunções, mas que é inevitável que durante os trabalhos no grupo se toque nesta questão, bem como no tema das descrições dos cargos, e que é necessário debater temas como a avaliação de desempenho. Mesmo com os limites de tempo, é preciso refletir sobre algumas questões. Que é preciso definir estratégias ao longo do processo, uma vez que não sabemos ainda qual será o novo governo.
Consideram essa possibilidade de envolver consultorias do MPOG importante, reafirmando a necessidade de garanti-la. Por parte do sindicato (seus diferentes núcleos), estão sendo planejados e realizados debates que também buscam compreender o que pensam os técnicos de cada uma das carreiras que costumamos chamar de ciclo de gestão (ou ciclo de gestão + núcleo financeiro). Que nesta semana ainda serão ouvidas representações dos trabalhadores da CVM, na próxima do IPEA, e nas seguintes do BACEN, entre outros.
Solicitamos que fossem feitas atas das reuniões e que já estabelecêssemos um cronograma de reuniões. Sugerimos que fossem realizadas quinzenalmente. Houve acordo nessas questões, e as reuniões serão realizadas a cada 2 semanas, às quartas-feiras, durante o dia todo.
Todos expressaram concordância de que é preciso que este GT elabore um projeto que inclua o conjunto dos ibgeanos efetivos, com sua multiplicidade de situações. A expressão utilizada por um dos membros indicados pela Direção foi: “está claro, ou vai todo mundo ou não vai ninguém”.
Os membros do GT discorreram sobre uma série de temas que precisam ser aprofundados nas próximas reuniões, tais como: funcionamento atual de nossas carreiras; convergência dos cargos, possibilidade de unificação de carreiras; como funcionam as diferentes carreiras de cada um dos órgãos que nos servem como referência, tanto nos aspectos remuneratórios como concernentes à maior ou menor segmentação, à progressão, promoção, avaliação; como funciona o SIDEC; elementos de fundamentação para a migração para uma nova carreira ou novo patamar remuneratório; etc.
Os representantes dos trabalhadores sugeriram que confeccionássemos, via GT, uma cartilha para fundamentar os debates entre todos os ibgeanos, que fosse amplamente disseminada por meio dos veículos disponíveis no IBGE. Houve acordo entre todos os membros do GT, e até a próxima reunião os representantes dos trabalhadores enviarão uma proposta inicial.
A ideia é que, assim que a cartilha estiver pronta (preferencialmente, já no início de outubro), bem como outros documentos que os membros do GT considerem importantes, possa ser disseminada por B.I., disponibilizada em espaços como o “Ibgeando”. A representação dos trabalhadores também sugeriu que se tentasse, através da TV IBGE, cobrir os debates sobre o tema que fossem feitos no Rio de Janeiro.
Os membros indicados pela Direção ficaram de ver a possibilidade de cobertura ou disseminação dos debates pela TV IBGE. Comprometeram-se a trazer, para a próxima reunião, o levantamento das remunerações máximas para cada cargo, classe e padrão no IBGE, bem como as grades de evolução funcional.
A próxima reunião ficou marcada para o dia 1º de outubro, das 10h às 17h.
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