Na reunião com o Ministério do Planejamento, em Brasília, a ASSIBGE-SN foi surpreendida com duas questões:
1 – A Direção do IBGE não compareceu para tratar de um assunto fundamental para os ibgeanos: a reestruturação do seu Plano de Carreira;
2 – O representante do Ministério do Planejamento, por sua vez, informou que, em conversa anterior com a Direção do IBGE, foram destacados quatro pontos, que não têm impacto financeiro direto para a categoria. São eles:
- Estudo para unificação dos cargos (5 para 3), consolidando as carreiras de técnico e de analista/tecnologista, conforme consta do projeto de carreira;
- Término gradual, após 24 meses, da parcela individual da GDIBGE (20% da Avaliação de Desempenho), mantendo somente a GD institucional;
- Incorporação gradual (mesma linha temporal do término da parcela individual) da GDIBGE aos inativos com paridade, visto que já vem sendo pagos 90 pontos, por decisão judicial transitada;
- Migração de vagas de Nível Médio para Nível Superior nos próximos concursos.
Direção do IBGE vai cumprir o que foi acordado em 2014?
A ASSIBGE-SN jamais se negou ou se negará a debater qualquer questão de interesse dos trabalhadores. Ao término da conversa com o Ministério do Planejamento ficou agendada nova reunião para 8 de março, para dar desdobramento ao trabalho do Grupo de Trabalho, e o Sindicato estará presente.
No entanto, chegou a hora da Direção do IBGE se posicionar claramente.
Afinal, o Presidente e o Conselho Diretor concordam e defendem o projeto de reestruturação da carreira e o Grupo de Trabalho tripartite, firmados em comum acordo com o Sindicato no final de 2014, ou mudaram de ideia?
Por que o IBGE não compareceu à reunião de 21 de fevereiro, previamente marcada pelo Ministério do Planejamento e divulgada amplamente para toda a categoria pela Executiva Nacional da ASSIBGE-SN?
Por que o IBGE leva ao Planejamento um ponto que jamais foi discutido e nem faz parte do projeto de reestruturação da carreira, propondo o preenchimento de parte das vagas de Nível Intermediário por vagas de Nível Superior nos próximos concursos?
Ao governo cabe responder:
Se não é possível avançar em pontos da carreira que tenham impacto financeiro, quando os trabalhadores do IBGE terão reajuste salarial?
O que impede o governo de firmar novo acordo salarial com a ASSIBGE-SN se o anterior tinha duração de dois anos (2016 e 2017)?
Por que não pagar as duas parcelas que outras categorias do funcionalismo ainda têm a receber – acordos de quatro anos – também aos servidores do IBGE?
Planejamento promete respostas em 8 de março
A Executiva Nacional aproveitou a reunião para reapresentar alguns pontos que já foram alvos de reuniões anteriores e aguardam respostas:
. Pagamento da Indenização de Campo aos temporários;
. Confirmação de novo concurso para 2018 para 1.800 vagas (notícia divulgada na imprensa);
. Negociação da compensação da paralisação de 30 de junho de 2017;
. Efetivo exercício no cargo para efeito de progressão na carreira, em função da interpretação da CRH/IBGE, que prejudica servidores;
. Criação de uma comissão paritária de Saúde (ASSIBGE-SN/IBGE), para o desenvolvimento de uma política de saúde do trabalhador
A SRT do Planejamento se comprometeu a apresentar respostas concretas a todos esses pontos na próxima reunião, agendada para 8 de março.
Vamos aceitar o arrocho salarial?
Há muitas questões que precisam de respostas do governo e da Direção do IBGE, no entanto, está claro que não podemos mais esperar. Ainda mais porque o governo Temer prepara o chamado projeto “estica”, que amplia o número de níveis nas carreiras, dificultando a progressão e a promoção, o que deve resultar num arrocho salarial generalizado para o funcionalismo.
Os mais antigos na categoria lembram-se muito bem dos tempos do governo FHC, quando os ibgeanos ficaram com seus salários congelados e não havia sequer concursos públicos.
Em todo o Brasil milhares de ibgeanos estão empenhados nas tarefas do Censo Agropecuário, apesar de todas as limitações de pessoal e orçamentárias. Em 2020 está programado o Censo Demográfico e novo esforço será exigido de todos nós. Precisamos valorizar nosso trabalho e demonstrar, com firmeza, que não aceitamos ser empurrados com a barriga.
Chegou a hora de mostrar o que queremos. Caso contrário, ficaremos sem a reestruturação da nossa carreira e com nossos salários congelados por pelo menos mais dois anos.
Todos à mobilização em 8 de março!
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