Numa comprovação do acerto da análise da ASSIBGE-SN de que Paulo Rabello de Castro é apenas um representante do governo Temer e usa o status e a credibilidade do IBGE para fazer defesa deste governo, o presidente do IBGE coloca cada vez mais o seu alinhamento político com Temer acima de sua função e dos interesses da sociedade brasileira. Desta vez, Rabello defendeu a proposta de Contrarreforma da Previdência, a partir de dados demográficos apresentados num Seminário realizado pelo INSS, em Brasília (22/3/2017).
De acordo com notícia divulgada pela intranet do IBGE, Paulo Rabello de Castro salientou na ocasião que “o motivo maior da reforma da Previdência é a própria mudança demográfica, facilmente visível nos gráficos com dados da população brasileira”.
Ora, os dados do IBGE não corroboram com as análises e proposições do governo Temer, para justificar a sua Contrarreforma da Previdência. O argumento de que a população brasileira está envelhecendo é banal, se não levar em consideração o período de bônus demográfico pelo qual passa o Brasil. Segundo projeções do próprio órgão, em 2040 a razão de dependência estará próxima à dos anos 2000.
Na verdade, o governo procura esconder que sua proposta de Contrarreforma da Previdência responde apenas ao absurdo que ele impôs ao Orçamento da União, ao aprovar a PEC que congela os gastos públicos por 20 anos. Os dados do IBGE não podem ser usados, de forma descabida, para impor à sociedade uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria, tanto de homens quanto de mulheres, nem justifica os outros pontos da Contrarreforma.
Trata-se de uma interpretação tendenciosa, na medida em que a média de expectativa de vida no Brasil está acima da expectativa de vida nas regiões Norte e Nordeste e também das periferias das grandes cidades e capitais brasileiras, onde reside a parte mais pobre da população. Os dados do IBGE devem ser analisados à luz da realidade concreta do país e não a partir de uma média.
O comportamento do senhor Rabello denota uma postura de alinhamento político que não condiz com a posição de Presidente do maior instituto público de Geografia e Estatística da América Latina. Em outros tempos usar-se-ia a expressão “aparelhamento” do IBGE para fins políticos do governo de plantão.
Melhor seria se o senhor Rabello de Castro dedicasse seu tempo à frente do IBGE para defender as necessidades orçamentárias do órgão, com o compromisso de resgatar a importância estratégica do IBGE, ameaçada pelos sucessivos cortes e contingenciamentos de verbas e pela quantidade de servidores que estão se aposentando, sem a devida reposição de pessoal.
A ASSIBGE-SN não aceita essa postura e alerta à sociedade brasileira que os dados coletados e analisados pelos técnicos do IBGE não estão a serviço de quem quer que seja, muito menos de um governo golpista, que pretende impor aos trabalhadores e ao povo uma Contrarreforma previdenciária excludente e elitista.
A ASSIBGE-SN aproveita a oportunidade para convocar os trabalhadores do IBGE a participar da mobilização do conjunto do funcionalismo federal, marcada para 28 de março, Dia Nacional de Luta contra as reformas da Previdência e Trabalhista e para as manifestações nacionais de 31 de março, convocadas pelas frentes de luta, os movimentos populares e da juventude, além das centrais sindicais em todo o país.
O Sindicato reafirma a defesa do IBGE como um órgão de Estado, a serviço do povo brasileiro, que não pode e não deve servir de trampolim para quem quer que seja. Em nome dos servidores do IBGE, a Executiva Nacional da ASSIBGE-SN reforça as posições adotadas nos diversos fóruns democráticos do Sindicato, em que os trabalhadores do IBGE decidiram:
. Não às reformas da Previdência e Trabalhista;
. Por um IBGE de Estado, a serviço das demandas da sociedade brasileira, com uma gestão democrática, com a eleição direta de Presidente e do Conselho Diretor;
. Novos concursos públicos para repor as vagas em aberto e colocar fim ao trabalho temporário no IBGE;
. Pelo imediato empenho do governo para a formação do Grupo de Trabalho tripartite (Planejamento, ASSIBGE-SN e IBGE), visando a aprovação da proposta de reestruturação da nossa carreira funcional.
Lutar sempre, temer jamais!
Raquel diz
Gostaria de questionar sobre a autorização dá solicitação de adicional de 50℅ de vagas para este último concurso de cargo efetivo. Há possibilidade real de autorização pelo MPOG?
Aline diz
Companheiros, alguma novidade sobre a contratação dos 50% adicionais do concurso de técnico? A quantas anda a negociação com o MPOG? Acompanho a página todo dia em busca de boas notícias!!